Vanelle Oliveira


Repórter

Vilas enormes, postos de saúde sem médico e falta de remédios. A crise enfrentada pela saúde em Montes Claros foi tema de pronunciamento de praticamente toda a bancada do legislativo municipal durante reunião ordinária realizada na manhã de ontem (03/02). Onze dos quinze vereadores recorreram à tribuna seja para apontar falhas, buscar soluções ou, em alguns casos, tentar amenizar a situação.

Mesmo compondo a base do prefeito, Alfredo Ramos pede a instalação de uma CLI para averiguar onde está o problema da saúde no município 

A maioria dos parlamentares procurou se empenhar a fim de mudar o atual quadro da saúde pública no município. E, mesmo sendo da base do prefeito, o vereador Alfredo Ramos (PT) entrou com o pedido de instalação de uma CLI - Comissão Legislativa de Inquérito - para investigar, junto à secretaria municipal de Saúde, os motivos que levaram a saúde de Montes Claros a chegar ao estado em que se encontra. 

Para ser instaurada a CLI é necessário que no mínimo, cinco vereadores assinem o requerimento. Com as assinaturas de Alfredo Ramos, Cláudio Rodrigues (PPS), Altemar de Freitas (PSC), Damázio Wladimir (PTB), Rita Vieira (PSDB), João de Deus (PPS) e Edwan do Detran (PV) são sete os vereadores favor da comissão. Agora, cabe ao presidente da Casa, vereador Valcir Soares (PTB), indicar os nomes dos parlamentares que ficarão à frente da investigação.

PROBLEMA ANTIGO

Segundo Alfredo, em 2009 a Câmara realizou uma audiência pública para resolver os problemas relacionados à saúde pública no município, que já naquele tempo dava sinais de que não andava bem.

- Na época, a informação que recebemos é que a secretaria estava tentando organizar o sistema, alegando se tratar de um problema anterior. De lá pra cá foram várias audiências e nada mudou. Não é possível que até hoje não conseguiram organizar esse sistema - questiona.

De acordo com o petista, a secretaria tem reclamado de falta de recursos do governo federal.

- Precisamos, então, saber onde foram parar esses recursos para o município saber quem está equivocado nessa situação. Se é o Ministério Público, o governo federal ou a população de Montes Claros.

Para Claudim da Prefeitura, o que tem acontecido com a saúde de Montes Claros é consequência de uma falta de gestão e mau uso do dinheiro público e, segundo o edil, nesses casos, a Câmara tem que se posicionar.

- Montes Claros está vivendo um caos e a Câmara tem a obrigação de exercer o seu papel fiscalizador em prol dos interesses do povo.        

Já Athos Mameluque (PMDB) acredita que a saúde não deve ser tratada como questão política desse ou daquele prefeito. Segundo o parlamentar, a solução não deve passar por esse tema.

- Nós vereadores temos que trabalhar para contribuir com a melhoria da saúde no município, independentemente de quem estiver à frente dele. Para nós, o que importa é encontrar uma solução rápida para ajudar a população carente, que mais sofre com os problemas do serviço público de saúde.   

O presidente da Câmara, Valcir Soares, afirma que o pedido de inquérito irá contribuir para que o executivo exerça sua função da melhor forma para que consiga solucionar o problema.

- Com o documento na mão o prefeito pode fazer com que o sistema funcione melhor e a comunidade vai ter uma visão maior do que tem sido investido na saúde - diz.