Os membros da Câmara Municipal de Montes Claros voltaram a cobrar, durante reunião ordinária nesta terça-feira (29), a liberação dos equipamentos que estão no Hospital Universitário Clemente Faria para o Hospital das Clínicas Mário Ribeiro. O presidente da casa, vereador Marcos Nem (PSD), usou o seu tempo na tribuna para criticar a atual crise nos hospitais da cidade e lembrou que o mais completo hospital da região está parado por um impasse com relação aos aparelhos.

- Não importa quem é o dono, o que importa é que a população está sofrendo e muito com um hospital daquele porte parado. É inacreditável que o povo seja penalizado assim. Este impasse deve acabar para que os conflitos políticos estejam abaixo da real necessidade da população – afirmou o presidente.

Na segunda-feira (28), o STJ suspendeu a liminar da desembargadora Ângela Catão que garantiu a volta dos aparelhos, que estão no HU, para o Hospital das Clínicas. Os equipamentos haviam sido retidos pela Receita Federal que os doou ao Hospital do Estado sob a alegação de que a compra havia sido feita de forma irregular em uma empresa da Alemanha.

Pela decisão da desembargadora, a Amas Brasil, importadora dos equipamentos, ficaria autorizada a utilizar os equipamentos até que a ação judicial seja julgada. A Amas chegou a prestar um caução de R$ 9,5 milhões para que os equipamentos fossem levados para o Hospital das Clínicas.

De acordo com o vereador Fernandão Anjo do Futuro (PRTB), que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara, o impedimento do funcionamento dos hospitais tem dificultado a vida da população.

- Venho denunciando há meses o caos nos hospitais da cidade e, agora, conflitos políticos querem impedir de funcionar um hospital que tem mais de 120 leitos. Esta briga pelos equipamentos não pode estar acima do direito constitucional de acesso à saúde. Um hospital está fechado enquanto os equipamentos estão em outro, sem funcionamento. Nunca o povo de Montes Claros foi tão penalizado – disse o vereador.

Para o vereador Dr. Valdivino (PMDB), que é médico e membro da Comissão de Saúde, é necessário que providências sejam tomadas para evitar que o caos se agrave nos hospitais da cidade.

- Quem é da área de saúde sabe que o que estamos falando aqui é a pura verdade. Os hospitais estão à beira de um colapso. Não sei se são interesses políticos, mas impedir um hospital como o Mário Ribeiro de funcionar e fazer uma covardia com a população – argumentou Valdivino.

Em nota, a direção do Hospital das Clínicas Mário Ribeiro da Silveira disse que irá recorrer da decisão do STJ e espera reverter a decisão para que o hospital entre em funcionamento com 100% de sua capacidade.