O plenário da câmara dos deputados aprovou na noite desta quarta-feira (17), após 10 horas de sessão, o salário mínimo de R$ 545, com vigência a partir do mês de março. Os parlamentares rejeitaram a emenda do PSBD, que previa valor de R$ 600, e do DEM, que estipulava R$ 560.
Na defesa dos R$ 600, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) disse que no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi concedido aumento real de 44%, mesmo com mais crises atingindo o Brasil.
- Os R$ 600 são plenamente factíveis. O que o governo aprovou agora é muito pouco -argumentou.
Contra essa emenda, o relator Vicentinho disse que prefere regras claras e definidas para o aumento do mínimo.
- Os que vaiaram [os R$ 545] terão de aplaudir já em janeiro do próximo ano, com um mínimo de R$ 616. Graças às centrais sindicais e à sensibilidade do Congresso e da presidência da República chegamos a esse patamar de valorização do mínimo - afirmou.
O líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), disse que os trabalhadores ficarão decepcionados com a rejeição da sua emenda que fixava o mínimo em R$ 560.
- Mais forte do que a pressão do governo é a consciência política dos deputados - afirmou, dirigindo-se aos parlamentares para pedir apoio aos R$ 560.
O relator Vicentinho lembrou que a política de valorização do mínimo nos moldes atuais resultou de negociações que começaram no primeiro mandato do ex-presidente Lula.
- Quando se faz um acordo é importante cumpri-lo - afirmou.
Segundo ele, essa atitude será boa para a luta por outras reivindicações trabalhistas, como a carga de trabalho de 40 horas semanais, o reajuste da tabela do Imposto de Renda e o fim do fator previdenciário.
Após a aprovação dos parlamentares, o PL 382/11, do Executivo, ainda precisa ser analisado pelo Senado. O líder do PT, deputado Paulo Teixeira (SP), espera que a votação da matéria no Senado será tranquila, com nova vitória do governo. (Agência Câmara de Notícias)