O Brasil está na quinta posição entre 83 países em número de homicídios contra mulheres, de acordo com o Mapa da Violência 2015. É um estudo coordenado pelo professor e sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de pesquisa do Instituto Sangari e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flasco).
A taxa brasileira é 4,8 homicídios por 100 mil mulheres, o que equivale a 48 vezes mais homicídios femininos que o Reino Unido.
O número alarmante motivou a sanção da Lei nº 13.104/15, mais conhecida como Lei do Feminicídio e que incluiu o assassinato de mulheres na lista de crimes hediondos (Lei nº 8.072/1990). Para incentivar as denúncias de agressões contra as mulheres, há 10 anos foi criada a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180. Em 2015, mais de 76 mil mulheres utilizaram o serviço.
- Precisam matar as mulheres para que suas queixas sejam levadas em conta - critica a historiadora da Universidade de Brasília Tania Navarro Swain.
Segundo a estudiosa, são necessárias ações para punir firmemente aos agressores.
- Prender, aumentar as penas, impedir que os maridos ou companheiros violentos fiquem em casa enquanto as mulheres têm que fugir.
A historiadora lembra ainda da inexistência de Delegacia Especial de Atendimento à Mulher em algumas unidades da Federação, deficiência que ajuda no crescimento das agressões à mulher.