Vereadores situacionistas
derrubam requerimento
que ajudaram a aprovar
Eduardo Brasil
Repórter
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Uma rasteira e uma trama contra a democracia – assim reagiu a oposição na câmara municipal de Montes Claros ao criticar procedimento da bancada da situação que derrubou, na reunião desta quinta-feira 24, requerimento de autoria do vereador Athos Mameluque – PMDB, que ela ajudou aprovar duas semanas atrás (com os votos do porta-voz do executivo, Aurindo Ribeiro – PV e de Valcir Soares - PTB, que alegaram depois terem se confundido nas teclas não e sim), determinando a realização de uma audiência pública no próximo dia 31 para debater o programa Governança Solidária, do governo Athos Avelino – PPS.
Numa reunião aparentemente tranqüila, mas das mais tensas da atual legislatura os vereadores situacionistas derrubaram por nove votos a quatro o requerimento da oposição e apresentaram, em seguida, requerimento semelhante, que foi aprovado, estabelecendo a realização da audiência pública, no entanto, sem definir o dia, a hora, o local e as autoridades a serem convidadas.
- O adiamento foi forçado pela ausência do prefeito em Montes Claros, que no próximo dia 31 estará em Brasília, cumprindo agenda – justificou Sebastião Pimenta, da base aliada, para quem a oposição interpretou de forma equivocada a derrubada do seu requerimento propondo o debate.
- Não foi cancelada a audiência proposta pela oposição, apenas a adiamos para que numa data a ser definida pelo prefeito ela aconteça. Ou seja, para que o prefeito possa participar dos debates – acrescentou.
MEDO DE RUDÁ RICCI
Para o vereador Athos Mameluque, ainda que os aliados do executivo digam o contrário, eles não fizeram nada mais que cumprir ordens de abafar o assunto, de evitar que a Governança Solidária deixe de ser um assunto proibido na câmara municipal.
- Eles simplesmente cumpriram as ordens do prefeito conspirando no plenário do legislativo, o que tornou esta noite de quinta-feira na noite da trama contra a democracia – ressaltou o vereador da oposição, entendendo que a audiência pública sobre a Governança Solidária tornou-se um pesadelo para o executivo porque ela traria até Montes Claros o consultor Rudá Ricci, do Instituto Cultiva, que elaborou o projeto, o qual abandonou dois anos depois denunciando incompetência e irregularidades na sua condução por parte da prefeitura.
- O prefeito morre de medo de Rudá Ricci, essa é a verdade. Por isso tratou de impedir a audiência pública com a presença do consultor. Por quê? Ora, porque Rudá Ricci sabe de muitas irregularidades e o prefeito teme que a sua caixa-preta seja aberta por ele e os seus podres finalmente saltem pra fora – sublinhou o parlamentar.
PROVAS DO CRIME
Mameluque afirma ter conversado com Rudá Ricci e ouvido do consultor revelações que comprometem seriamente o executivo de Montes Claros. Lembra que o diretor do Instituto Cultiva lhe garantiu estar de posse de documentos importantes que comprovariam os delitos na administração de Athos Avelino, como improbidade administrativa envolvendo diretamente o executivo.
- São acusações graves, gravíssimas, que o prefeito impede que se tornem públicas através de uma assembléia legalmente constituída pelo legislativo para que as suspeitas de corrupção, de desvio de recursos públicos sejam eventualmente apuradas, se necessário, posteriormente também pelos órgãos judiciais competentes – frisou o parlamentar, garantindo que a derrubada do requerimento não interrompe a luta pela verdade.
- Não desistiremos de trazer a verdade à tona sobre essa Governança Solidária, que já teria gasto milhões de reais e ninguém sabe com o quê. Rudá Ricci e todas as pessoas que convidamos terão a oportunidade de revelarem o que de delituoso pode de fato estar sendo acobertado pelo prefeito, com apoio político e jurídico de sua gestão – encerrou Athos Mameluque.