Samuel Nunes
Repórter
Na noite da última quinta-feira, 06, aconteceu na câmara municipal audiência pública proposta pelo vereador Alfredo Ramos, PT, para discutir a centralização das atividades da Cemig, na cidade de Belo Horizonte e seus impactos para a sociedade de Montes Claros.
Na oportunidade, o vereador Alfredo Ramos lembrou a não existência de um atendimento próximo à população por parte da empresa e demonstrou preocupação que isso se intensifique ainda mais. Chamou a atenção ainda para o fato de vários acidentes que vem acontecendo na rede elétrica.
O representante da CUT- Central Única dos Trabalhadores para o Norte de Minas, Osmar Pereira de Azevedo que repudiou a possível centralização da empresa em BH, e revelou que esta decisão pode provocar impactos consideráveis na economia da região.
- E preciso neste momento fortalecer os movimentos sociais no sentido de discutir, por exemplo, a questão da transferência dos trabalhadores para Belo Horizonte. Outra questão diz respeito à qualidade dos serviços prestados posteriormente à centralização.
RELAÇÃO
O diretor do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética - MG, Lúcio Parrela, revelou que é preciso entender a relação da empresa com a sociedade. Salientou que o projeto de centralização da empresa na sua concepção só serve para um propósito que é a maximização de lucros.
- A centralização da empresa é mais um passo para um modelo gestor centralizador de riquezas para poucos - diz.
Lúcio Parrela afirma ainda que a decisão da Cemig se tomada pode provocar fortes impactos em termos de relação trabalhista.
- Em 1990 eram 18 mil trabalhadores, este número reduziu para 10 mil e hoje são 6 mil trabalhadores da Cemig para trabalhar com energia para 6 milhões de pessoas.
Representando o Procon, em Montes Claros, o advogado Felix Borges, demonstrou preocupação em relação ao consumidor. Ele questionou como será esta relação depois da centralização.
- Esta relação será através de uma central de atendimento - indaga.
CEMIG
O gerente regional da Cemig, Marco Antônio, revelou que a centralização dos trabalhos da empresa está em processo de estudos, e não existe nada concluído a respeito. Observa que alguns processos podem sim, ser centralizados, mas garantiu que a empresa não vai perder em representatividade.
- Vamos sim ter representatividade em todos os municípios, em Montes Claros a agência de atendimento da Rua Padre Augusto, por exemplo, vai continuar funcionando.
Sobre a transferência de funcionários da empresa com a centralização, o gerente da Cemig, afirma que uma gama de funcionários querem sim ser transferidos para a capital mineira. Garantiu que não será tomada nenhuma decisão que fira os ideais da empresa.