A câmara municipal de Montes Claros realiza amanhã, a partir das 19h30, audiência pública para debater as propostas do projeto de reforma administrativa, do prefeito Athos Avelino, que entre outras medidas propõe a extinção de cinco secretarias municipais, entre elas a de Esportes e Lazer, que gerou protestos e abaixo-assinado contra a intenção do executivo
Eduardo Brasil
Repórter
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O requerimento pedindo a audiência pública, de autoria do vereador Athos Mameluque – PMDB, foi subscrito por várias entidades de classe que também repudiaram as mudanças sinalizadas pelo prefeito. Elas chegaram a distribuir, entre os vereadores, na manhã de ontem, cópia de um abaixo-assinado, com quase novecentas assinaturas, contestando a extinção da pasta de Esportes e Lazer.
- A câmara municipal não aceita mais votar projetos do prefeito a toque de caixa, unicamente para satisfazer seus interesses pessoais e politiqueiros. A população também não aceita mais que determinados vereadores atuem dessa forma. A realização da audiência pública, portanto, é uma resposta à tentativa do prefeito de mais uma vez manipular a maioria dos vereadores dessa casa – ressalta Mameluque, comemorando o fato de que parte da bancada da situação somou com a oposição para evitar que o projeto fosse votado em regime de urgência, ontem, sem que nenhum dos vereadores de fato conhecesse a fundo as suas propostas.
- Por isso, é importante que a população, através de seus representantes, participe das discussões que promoveremos amanhã. Temos de impedir que o prefeito faça o que quiser, desrespeitando a todos nós, como se fosse ele o dono de Montes Claros.
JOIO DO TRIGO
De acordo com Athos Mameluque, a reforma administrativa certamente reúne propostas que ajudarão no desenvolvimento de Montes Claros, mas que algumas precisam ser analisadas com seriedade, para que erros não sejam cometidos no futuro.
- Temos de separar o joio do trigo – observa o parlamentar de oposição.
- O requerimento do vereador é oportuno. O projeto do prefeito precisa ser discutido, sim. Ele, por exemplo, não diz como o setor de esportes e lazer, que ficará sob a tutela da secretaria de Educação, fará para conseguir recursos para sobreviver. Sabemos que a lei não permite o desvio de recursos e essa é uma questão que o executivo deveria explicar com mais detalhes – acrescenta Sebastião Pimenta.
Para o vereador Rosemberg Medeiros – PTB, a extinção da secretaria de Esportes e Lazer, além de contrariar a política nacional de incentivo ao setor, não oferece nenhuma economia aos cofres municipais.
- A secretaria não onerava os cofres de Montes Claros. Pelo contrário, ela estava trazendo recursos para o município. Só para o Mocão, ela conseguiu um milhão de reais. Era uma secretaria atuante, que tinha um secretário competente, o Georgino de Souza Neto. De fato, o prefeito Athos Avelino segue na contramão da história ao tentar impor mudanças tão prejudiciais ao povo de Montes Claros.