Andreza Lima
Repórter
Servidores públicos estaduais estão indignados quanto à decisão do Governo de Minas em atrasar o pagamento do salário do dia 08 para dia 13 de janeiro. Em carta aberta ao Governador, os sindicatos das diversas categorias, questionaram a forma como foi feita a comunicação da decisão, em uma nota publicada em um sábado à tarde, que não consideram como diálogo.
Segundo a nota, ouvir para governar, além de ser o lema do governo, foi o compromisso assumido com os servidores públicos, quando de sua campanha eleitoral em 2014, e que “a forma como o governo atuou, além de desrespeitosa, gerou insegurança diante de vários boatos sobre novos atrasos e supostos parcelamento de salários”, e reivindicam “que se estabeleça um diálogo consistente e permanente”.
A mudança na data de pagamento dos servidores estaduais ocorreu pela segunda vez consecutiva e, de acordo com os sindicatos, “trouxe enormes transtornos aos trabalhadores dos serviços públicos, que se organizaram para o recebimento do seu salário no 5° dia útil de cada mês”.
O diretor da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores (SindUte) de Montes Claros, Geraldo Costa, diz que se o governo não cumprir o acordo tratado no ano passado, em fazer a correção do piso salarial dos servidores públicos estaduais, neste mês, eles não irão iniciar o ano letivo. O reajuste acordado foi de 11,6%.
- Não somos responsáveis pelas crises que o Estado está enfrentando, e nossas contas não esperam. Se pagarmos em atraso, vão ter juros altos. A nossa obrigação como trabalhadores fazemos todos os dias, prestando serviço à população. Por isso, não temos que pagar pelos erros que o Governo comete. Nosso salário não saiu até hoje e, enquanto isso, estamos com nossas contas atrasadas. Se não houver acordo com o Governo, iremos fazer uma paralisação – anuncia.
Foto: Arquivo Pessoal![]() - Não somos responsáveis pelas crises que o Estado está enfrentando, e nossas contas não esperam - diz Geraldo Costa |
REUNIÃO DE ENTIDADES DE CLASSE
Nesta quarta-feira (06), aconteceu uma reunião com os representantes da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar de Minas Gerais, no Clube social de Cabos e Soldados, em Belo Horizonte, para deliberar sobre a possibilidade de o salário ser parcelado, e também o desrespeito do Governo com os servidores. Também participaram da reunião o deputado federal Subtenente Gonzaga, o vereador Vilmo Gomes, o representante do gabinete do deputado sargento Rodrigues, Milton Figueiredo, além dos presidentes do CSCS, AOPMBM, ASPRA, UMMG, APBM-BR, SINDASP-MG e CUME.
Durante a reunião, foi proposto o agendamento de uma reunião para o dia 13 de janeiro, na sede social da ASPRA, onde se decidirá a realização de um Ato de Manifesto contra tais arbitrariedades do atual governo.
SERVIDORES DA EDUCAÇÃO
Segundo a diretora do Núcleo Regional do SindSaúde, Carmem Lúcia Freitas, na próxima segunda-feira (11), os servidores da Universidade Estadual de Montes Claros irá se reunir com todos os sindicatos da área da saúde na Sede do SindSaúde para impor uma posição diante desta decisão do governo. De acordo com a diretora, a possibilidade de acordar uma paralisação com os servidores é grande.
- Em 2015, reunimos com o governador para fazer um acordo quanto às reivindicações que havíamos feito e entre das pautas não havia nenhuma referente ao atraso e negociação dos salários dos servidores estaduais. Portanto, estamos fazendo contato com todos os representantes dos sindicatos dos servidores estaduais para nos mobilizar caso não haja um acordo viável do Governo. Ainda não foi definida a data da reunião, mas será em breve - garante Carmem.
Na carta aberta enviada ao governador, os sindicatos dizem que “embora já tendo completado um ano de administração, o atual governo não anunciou nenhuma política séria de combate à sonegação fiscal. Ressaltamos ainda que o Estado é uma ficção jurídica que se concretiza por meio do trabalho de seus servidores na prestação de serviços públicos de qualidade à população, principalmente em áreas essenciais, como saúde e educação”.
O sindicato finaliza a carta, solicitando o agendamento de uma reunião, o mais breve possível com as entidades representantes do funcionalismo estadual.

