Eduardo Brasil
Repórter
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A velha tática de trocar seis por meia dúzia. Ou seja, fingir que muda alguma coisa para não mudar coisa nenhuma.
Desta forma, parte do plenário da câmara municipal de Montes Claros entendeu as mudanças no secretariado da administração pública, anunciadas no início da semana pelo prefeito Athos Avelino – PPS.
Para Ruy Muniz, a reforma do prefeito não passou de uma troca de posições para atender seus interesses políticos
(foto: arquivo/ Wilson Medeiros)
De acordo com o vereador e deputado estadual eleito, Ruy Muniz - PFL, as mudanças de fato deixaram a desejar, sobretudo porque mantiveram em posições-chaves da administração pública as mesmas pessoas que seriam incapazes de gerenciar o município, pessoas que estão parando Montes Claros.
- O povo esperava por uma mudança verdadeira no secretariado do prefeito. Esperava ver fora da administração municipal pessoas sem nenhuma competência para ajudar Montes Claros a resolver seus problemas e a se desenvolver. Ocorre que essas pessoas continuam lá - acrescenta o vereador, para quem a reforma não passou de uma espécie de dança de nomes, uma estratégica mini-troca de posições.
- Ou seja, as pessoas que atrapalham o desenvolvimento do município foram mantidas, só que em secretarias diferentes – disse o vereador, que também não se omitiu de elogiar, pelo menos, duas medidas que considerou as acertadas: nomeação de Dagmar Brandão Silva e José Souto Júnior, respectivamente para as pastas de Educação e Saúde - em substituição a João Batista Silvério, que deixou definitivamente o governo municipal, e Gilmar Ribeiro, agora respondendo pela secretaria de Administração.
- São nomes respeitados e que certamente farão muito por Montes Claros. Foram medidas acertadas.
POLITICAGEM
Para Ruy Muniz, o prefeito Athos Avelino manipulou a propagada reforma do secretariado de acordo com seus interesses políticos, não se preocupando sequer com os custos que ela representaria para os cofres públicos - uma vez que foram criados novos cargos e até uma nova autarquia, que aumentarão substancialmente o valor da folha de pagamento.
- O povo esperava uma reforma de verdade, que pudesse levar a administração municipal a cumprir finalmente com os seus compromissos de campanha. Uma reforma necessária, aliás, para a prefeitura ter finalmente competência para combater os problemas que a cada dia agravam em todo o município – acrescentou, repetindo que Montes Claros continua abandonada em todos os aspectos, com o povo passando por situações de verdadeira calamidade.
CONTRASENSO
Como exemplo mais recente da negligência da administração Athos Avelino, Ruy Muniz destaca a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, que se verifica no município. Observa que em 2003 e 2004, no governo de Jairo Ataíde – PFL, a situação era outra, quando foram registrados no município apenas 13 e 14 casos da doença, respectivamente. Neste ano, no governo de Athos Avelino, até agora, segundo ele, quase mil casos já teriam ocorrido.
- Até agora, já temos 868 casos suspeitos da doença. Enquanto a cidade vive a ameaça de uma epidemia da dengue, o que faz o prefeito? Manda demitir os agentes de saúde, que há anos lidam no combate aos focos do mosquito. É uma incoerência. Mas, pra quê? Para admitir seus apadrinhados na prefeitura – acusou.