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Terça-Feira,16 de Setembro

Assim não dá! Cenas lamentáveis

Jornal O Norte
Publicado em 15/10/2008 às 09:53.Atualizado em 15/11/2021 às 07:46.

Fabíola Cangussu


Repórter



Dizer que vivemos em um regime democrático é orgulho para todos nós. Mas será que sabemos exatamente o que significa este termo? Recorri ao dicionário para não cometer um equívoco, pois ontem presenciei uma cena que me fez duvidar estar vivendo um período de engrandecimento da democracia, a eleição municipal. Então, antes de comentar a cena que assisti, vamos ao dicionário: 



Democracia é uma forma de governo, onde o povo é o detentor do poder, é o senhor de seu próprio destino, ou seja, o povo governa a si mesmo. Este governo ou ocorre diretamente mediante as técnicas de consulta popular ou indiretamente através dos representantes dos cidadãos, os quais têm a responsabilidade e a obrigação de manifestar o pensamento e a vontade dos próprios representados. Tais representantes correspondem aos funcionários, mandatários do povo, eleitos por este mesmo para a administração dos negócios públicos de acordo com a vontade popular. Desse modo, por causa da deferência aos desígnios do povo, fica preservada, portanto, a soberania daquela vontade.



Baseado nisso, sabemos que o direito à livre expressão é uma ferramenta básica para que se tenha a oportunidade de escolha desse governante que vai trabalhar em função do povo. Caso falte esse direito, qualquer democracia fica capenga.



Vejamos os fatos:



O candidato a vice-prefeito Sued Botelho estava falando sobre a proposta de governo para o próximo mandato e, sem muita explicação, pessoas ligadas ao outro grupo, de Tadeu Leite, começaram a arrumar confusão com o grupo de Athos Avelino. Neste momento, Sued desceu do carro e pediu paz às outras pessoas.



Na fala do vice-prefeito, ele reforçou que política necessita de paz e que nada justificaria as agressões. Não atendendo ao apelo de Sued, as pessoas cercaram o carro de som, querendo agredir o motorista e impedi-lo de retirar o carro do local.





Assisti à cena perplexa, esquecendo ser uma jornalista, virei apenas uma cidadã que não consegue entender como as pessoas não respeitam o direito de pensar diferente, de expor suas idéias. Como se devessemos nos tornar uma massa uniforme, que simplesmente se deixa levar.



Neste momento, onde o mundo pede paz, a intolerância começa a se manifestar em nossa cidade. Desculpem, mas me recuso a enxergar uma Montes Claros que não respeita o direito de ser diferente. Que não entende que a democracia real só acontece quando todos têm espaço para expor suas idéias.



E para aqueles que se divertiram assistindo esse lamentável espetáculo: repensem a sociedade que desejam construir, no exemplo a ser deixado para nossas crianças. Antes de ser uma paixão, eleição é o espaço de discutir o que é melhor para uma cidade! Digamos não a todos que desconsideram a liberdade como fator primordial em uma sociedade.

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