Transformar o São Francisco, micro-rregião de clima quente no Norte de Minas, em produtor de frutas vermelhas – típicas de locais frios – será o primeiro desafio da Agência de Desenvolvimento Municipal (ADM).
Vinculada à Agência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Adenor), a ADM foi criada para fomentar o crescimento econômico de São Francisco, Pintópolis, Icaraí, Ubaí e São Romão – cidades que integram a microrregião.
“A expectativa é a de elevar o PIB atual de R$ 400 mil para R$ 1 milhão ao final do horizonte/anos previstos no projeto”, prevê José Roberto Vieira, eleito presidente da entidade. Empresário e advogado, Vieira é ex-secretário de Planejamento e Gestão do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Além do Arranjo Produtivo de Frutas Vermelhas, a entidade irá trabalhar em quatro vertentes: Assistência Técnica Integral, Intensiva, Multidisciplinar e Bidirecional para Projetores Rurais (Agrega-Rural); Projeto de Recuperação e Revitalização de 15 Agroindústrias Inativas Diversas; Implantação de Carteira de Projetos Agroindustriais para Atração de Investidores; e Construção de Casas Populares pelo Sistema Minha Casa, Minha Vida.
Mas, no primeiro momento, o foco é transformar o município em produtor de amora, framboesa, mirtilo e morango – as chamadas de frutas vermelhas. A entidade selecionou mil pequenos produtores à beira do São Francisco para o desenvolvimento do plantio de gotejamento, que prevê o uso de pouca água do Rio São Francisco. A previsão é de que em um prazo de 10 anos o número de produtores chegue a dois mil.
“A ADM fará os projetos para que os produtores alcancem recursos para o plantio junto a instituições financeiras. Vamos articular junto ao Sebrae o projeto de Frutas Vermelhas para auxiliar em todas as etapas: produção, industrialização e comercialização”, diz José Roberto Vieira.
A vantagem da cultura de frutas vermelhas para a região, segundo Vieira, é que o produtor passará a ter uma renda extra na produção dos frutos, sem atrapalhar a sua atividade. A implantação da Unidade de Desenvolvimento Cooperativada que atenderá os produtores já está inserida no projeto.
“O produto final alimentará uma cadeia produtiva, quando os frutos poderão ser vendidos in natura, polpa, iogurte e outros. A cooperativa cuidará da compra, que é garantida, e dará maior tranquilidade para o trabalhador. A agência receberá apenas o percentual do desenvolvimento do projeto”, afirmou. Roberto aposta nas parcerias para o grande salto na economia da microrregião.