Eduardo Brasil
Repórter
O vereador Antônio Silveira – PTN discursou da tribuna da câmara municipal de Montes Claros, nesta semana, criticando as ações dos governos estadual e federal em relação às medidas de combate às conseqüências da seca na região.
Segundo ele, apesar da insistência que os deputados norte-mineiros impuseram diante das autoridades em Belo Horizonte (e em Brasília), cobrando medidas pelo menos emergenciais, nenhuma ajuda concreta chegou para amenizar a grave situação enfrentada pelos produtores rurais.
- O governador Aécio Neves foi sensível aos nossos deputados, mas pelo que parece os seus assessores não tocaram adiante suas determinações em benefício do Norte de Minas, talvez levados pela falsa impressão de que as poucas chuvas que caíram na região tivessem sido suficientes para reverter o quadro deixado pela longa estiagem. Não foram. A situação continua tão grave ou pior do que antes.
O vereador também lembrou da mobilização dos parlamentares, em Belo Horizonte, em torno do governador Aécio Neves para que ele autorizasse a Cemig a cobrança de uma tarifa diferenciada para os produtores rurais.
- As tarifas da Cemig são as mais caras do Brasil. Elas penalizam o produtor rural, sobretudo o pequeno. Inviabilizam que ele aproveite o curso de água que eventualmente ainda exista na sua propriedade para que plante e possa sustentar suas pequenas criações - acrescenta.
REAÇÃO
Antônio Silveira defende uma política mais eficaz, para que o Norte de Minas não fique à mercê de medidas emergenciais do governo e que nem sempre chegam à região. Para ele, é fundamental que os órgãos que atuam no combate às conseqüências da seca sejam revitalizados, no sentido de que possam contribuir realmente no ataque aos flagelos que se repetem todos os anos.
- Órgãos como o Dnocs (Departamento nacional de obras contra a seca), por exemplo, que está completando 100 anos de atividades, deveriam receber mais incentivos do Estado para que desempenhem o seu papel mais condizente com as necessidades de nossas populações. O que assistimos, no entanto, muitas vezes, é o esvaziamento desses órgãos – observa o vereador, referindo-se a processo semelhante que se daria no próprio Dnocs, que hoje atua somente com 28 funcionários na região.
- Falam no fechamento do Dnocs, inclusive, o que seria ainda mais prejudicial à política de combate à seca - finaliza.