Eleições 2022

Anseios e esperanças da juventude nas eleições

Com maior eleitorado jovem da história, novos eleitores contam ao O NORTE sobre as expectativas de decidirem o rumo do Norte de Minas

Alexandre Fonseca
Publicado em 30/09/2022 às 23:04.
 (FOTOS ARQUIVO PESSOAL)

(FOTOS ARQUIVO PESSOAL)

No próximo domingo (2), serão decididos os rumos do país e também do Norte de Minas. Em uma eleição marcada pela polarização política, a esperança por dias melhores e por representações que, de fato, possam trazer melhorias para a região norte-mineira aumentaram. Ao longo de reportagens especiais, O NORTE ouviu especialistas, políticos e eleitores sertanejos que atestam esse desejo de “boas novas” para a região.

Integrante dos 54% do eleitorado feminino de MOC, a auxiliar de docência, Aline Oliveira, é uma das eleitoras que compõe o coro da esperança. Para as Eleições 2022, Aline pesquisou sobre os candidatos, tentou se aprofundar nas funções de deputados estaduais, federais, senador, governador e presidente. Após essas análises e de verificar o cenário atual, a auxiliar conta que, atualmente, não se sente representada por uma bancada norte-mineira forte. “No presente momento, não me sinto representada pelos políticos. Acredito que, com essa nova eleição a realidade irá mudar e teremos representantes mais comprometidos com a nossa região” conta. 

Um dos reflexos da crença pela mudança por meio da politica foi o aumento histórico do eleitorado. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de brasileiros aptos a votar em 2022 é 6,21% maior que do último pleito em 2018. Contrariando o senso comum de que jovens não se interessam por política, nas eleições de domingo, 2.042.817 de jovens eleitores entre 16 e 18 anos votarão pela primeira vez. De acordo com as estatísticas do TSE, esse número representa um aumento de 47,2%. 

Apesar de uma educação política ainda precária, como conta os jovens de 17 anos Mariana Sweva e Lucas Rocha, para as eleições 2022, a pesquisa foi fundamental, tanto para compreender a função dos políticos, quanto para conhecer os candidatos. Eleitora do município de Claro dos Poções, localizado a 54 km de MOC, Mariana faz parte de uma pequena parcela que votará pela primeira vez na cidade. “Estou ansiosa para essa eleição, mas estou contente por ter direito ao voto, como sou nova sei que o resultado vai me atingir na maioridade, e espero tomar a decisão certa” comenta a jovem. Em relação a votar em candidatos norte-mineiro, Mariana conta que “pretendo sim, porém, estou analisando os candidatos primeiro. para assim tomar minha decisão” completa.

Assim como Mariana, Lucas também comenta que a ansiedade é alta para a “festa da democracia”. “Me sinto ansioso e ao mesmo tempo nervoso, pois é uma decisão que se tomada errada pode afundar ainda mais o nosso país. Me preocupo com a situação política do nosso país, em decorrer que nos últimos mandatos não obtivemos bons resultados” diz. Além disso, em relação a importância da representatividade norte-mineira para os cargos pesquisados por ele, Lucas comenta: “acho de suma importância apoiar a nossa região, sempre visando a melhoria da nossa qualidade de vida e educação” completa. 

Educação política e representatividade
Para o mestre em Desenvolvimento Social e cientista político, Roberto Ronison Nascimento Souza, ao contrário do que costuma-se falar, o brasileiro não é desinteressado por política. 

Na opinião do especialista, o problema está na educação política que deveria ser melhor ensinada ainda na juventude.  

“É um caso histórico. As disciplinas como sociologia e filosofia sempre foram negligenciadas na escola brasileira, que segue o modelo positivista: focada no olhar tecnicista, nas ciências exatas e da natureza, e pouca valorização das ciências humanas. Em consequência disso, temos uma juventude pouco preocupada com questões políticas” diz o cientista político. 
 
CONSCIENTIZAÇÃO 
Ainda de acordo com Souza, a representatividade tão debatida e comentada por especialistas, analistas e entidades só será alcançada por meio da educação e da conscientização da própria política. 

“Se pensarmos em uma população mais politizada, mais envolvida com a política, que compreende a política como um espaço onde os anseios da população podem ser atendidos; chegaremos nessa perspectiva de maior representatividade, como da população negra, LGBTQIA+, das populações originárias, e de outros grupos minoritários, muito latente ainda no país, nesse processo de avanço”, completa.

Votar sem o título: saiba como fazer

Na votação de domingo, que ocorrerá das 8h às 17h (horário de Brasília) para grande parte do país, seis modelos de urnas eletrônicas serão utilizados.  

Todas as máquinas funcionarão com os mesmos programas que passaram por aprimoramentos, além de testes de segurança. 

No dia do pleito, O NORTE relembra quais documentos o eleitor poderá levar para votar: e-Título; carteira de identidade, identidade social, passaporte ou outro documento de valor legal equivalente, inclusive carteira de categoria profissional reconhecida por lei; certificado de reservista; carteira de trabalho; e carteira nacional de habilitação. 

Vale lembrar que, os eleitores podem votar sem o título de eleitor, desde que o mesmo apresente um documento oficial com foto que comprove sua identidade.  

Além disso, para ser utilizado no domingo (2), o eleitor que optar pelo e-Título precisa instalá-lo até sábado (1º).

Se alguma dúvida persistir, o TSE criou um WhatsApp que poderá sanar outras dúvidas, como local de votação, processo de justificação de voto, afins.  

Para isso, basta mandar uma mensagem para o número (61) 9637-1078. O serviço é gratuito.

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