Vereadores de Moc engrossam a voz contra os pára-quedistas

Jornal O Norte
12/12/2005 às 10:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:55

Eduardo Brasil


Repórter


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Com a aproximação de anos eleitorais, e isto está comprovado ao longo da história política do país torna-se mais freqüente em regiões estranhas a ele a figura do político pára-quedista - aquele que ao perceber desgastada suas bases eleitorais nos confins que habita se aventura pelos rincões do estado à procura de votos necessários para garantir novo mandato. E já nesta véspera de 2006, com bastante antecedência, aliás, não está sendo diferente no Norte de Minas e, naturalmente, em Montes Claros. Os pára-quedistas estão aí.

Tanto que na câmara municipal o assunto vem sendo seguidamente abordado pelos vereadores, alguns deles, inclusive, sentindo-se ameaçados pelos forasteiros, já que são pré-candidatos às urnas para a assembléia estadual. Através de veementes apelos aos eleitores fazem coro para que eles reajam a esta artimanha que sempre acaba tornando mais difícil uma solução dos vários problemas que afligem a população.

Considerados políticos oportunistas, que só aparecem nestas ocasiões os pára-quedistas, observam os vereadores, são muitas vezes vitoriosos nas suas investidas por conta do número de incautos que se deixam apanhar pelas suas espertezas, sustentadas, sobretudo, na promessa demagógica de dar tudo a todos.

- A historia, então, se repete: eles ganham os votos, se elegem e desaparecem em seguida.

PROJEÇÃO

Os benefícios que o novo mandato garante ao pára-quedista - acrescentam os vereadores - são transferidos exatamente para suas bases originais, como forma de convencer o eleitorado que o abandonou e alcançar de volta os votos perdidos. Não sobra nada para nós.

- Quatro anos mais tarde retornarão, sem nenhuma cerimônia. Infelizmente são muitos os que ainda se deixam enganar. Depois de tantos exemplos, deveríamos nos lembrar de que eles não deram à nossa região sequer um copo com água para merecer o voto que seja - ressalta Athos Mameluque - PMDB.




Athos Mameluque: - Eles ganham os votos e desaparecem para


voltarem quatro anos depois (Fotos: Fábio Marçal)

Embora não tenha citado nomes, Athos Mameluque não esconde que suas críticas seriam dirigidas, no momento, ao deputado Jésus Lima – PT, votado na região de Betim e que tem sido visto constantemente na cidade desde que, coincidentemente, o seu partido passou a compor a administração municipal.

- Alguns desses pára-quedistas, por certo, estão por conta de grupos políticos que os projetam. Temos de ter cuidado com essas pessoas - adverte o vereador.

Ele teceu críticas ao que chamou de invasão de faixas que foram estampadas pelos quatro cantos da cidade (e indiretamente a uma peça publicitária veiculada em emissora de televisão) atribuindo ao deputado petista a instalação de uma fábrica de biodiesel em Montes Claros, empreendimento para o qual o vereador teria dispensado total atenção.

CANDIDATOS PRÓPRIOS

Guila Ramos – PL também não deixa escapar a oportunidade de alertar a população contra os caçadores de votos.

- Não somos tolos. Precisamos reagir com determinação contra essa falta de vergonha - acrescenta.




Guila Ramos: - Não somos tolos. Temos de


acabar com essa falta de vergonha

Guila, que também utilizou seu pronunciamento da tribuna para convidar a população ao combate aos pára-quedistas criticou a afixação de faixas e os holofotes de uma mídia cara aludindo a Jésus Lima os méritos da implantação da fábrica de biodiesel na cidade.

- De que forma essa propaganda foi sustentada? Quanto às faixas, por exemplo, houve autorização prévia para sua colocação, de acordo com o que estabelece a lei, ou a afixação foi feita de forma arbitrária? – indagou.

O vereador, que não concorrerá nas eleições de 2006, assim como Athos Mameluque defende que o Norte de Minas seja representado por candidaturas próprias, de pessoas ligadas à região, sabedoras dos problemas que existem e que possam de fato apresentar alternativas para amenizá-las.

- Temos excelentes candidatos. Pessoas capacitadas e de serviços já prestados. São elas que merecem nosso voto.

PATERNIDADE

Fátima Pereira – PTB, vice-presidente da câmara municipal, que também não concorrerá no pleito do ano que vem rechaça a presença dos pára-quedistas que mais uma vez tomam posição no cenário político regional. Ainda que tenha evitado nomear o alvo de suas críticas, usou da ironia para também se referir ao deputado Jésus Lima.

- Atentai, povo de Montes Claros, contra os falsos profetas que ora se apresentam a nós. Tem um Jesus por aí que merece todo nosso cuidado - ressaltou, também da tribuna parlamentar.

De acordo com Fátima Pereira, apesar de tentarem ofuscar os méritos de Athos Mameluque na consolidação da fábrica de biodiesel em Montes Claros, o esforço do vereador ficou patente para toda a comunidade.

- Desde o início da atual legislatura que ele vem se empenhando nesse sentido, mantendo importantes gestões para que o empreendimento finalmente se tornasse uma realidade.

Ainda de acordo com a dirigente do legislativo municipal, ela não estranharia as tentativas de paternidade em relação à iniciativa de trazer para o município uma indústria que será responsável pela geração de 15 mil empregos diretos.




Fátima Pereira: - É hora de dar um basta de vez nesta palhaçada

- Quando o filho é bonito, todo mundo quer ser pai. Que façam o DNA. Será comprovado que Athos Mameluque é o pai - alfinetou.

A vereadora concluiu afirmando que o eleitorado norte-mineiro tem de dar uma resposta aos forasteiros nas urnas de 2006.

- Chegou a hora de acabarmos de vez com esta palhaçada.

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