Sessão na câmara municipal cobra punição para assassinos de Igor Xavier

Jornal O Norte
20/03/2006 às 11:14.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:31

Eduardo Brasil


Repórter


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A câmara municipal realizou na quinta-feira da semana passada sessão especial dentro da programação da Segunda Semana Cultural Igor Xavier, em homenagem ao coreógrafo brutalmente assassinado há quatro anos, no dia primeiro de março de 2002, duas semanas antes de completar 30 anos de idade. A reunião serviu especialmente para que os vereadores, familiares e amigos de Igor Xavier clamassem por justiça aos seus assassinos confessos, Ricardo Vasconcelos Athayde e seu filho, Diego Athayde, que continuam gozando de liberdade sem nunca terem sido presos - ainda nem foram julgados pela justiça.

A sessão foi proposta pelo vereador Lipa Xavier - PCdoB, que lamentou a impunidade que cerca o assassinato do coreógrafo. Segundo ele, a justiça estaria sendo lenta, alimentando um processo moroso de julgamento, o que tem beneficiado os criminosos, livrando-os das penas a que estariam sujeitos.

- Ainda acreditamos que a justiça será feita e que o julgamento dos criminosos será finalmente agilizado - acrescenta Aroldo Pereira, gerente municipal de Cultura e que reconheceu no IML o corpo do bailarino crivado de balas (Igor foi morto a tiros no apartamento dos assassinos, no centro da cidade, e seu corpo encontrado numa estrada rural que leva ao município de Coração de Jesus).

- O Diário do Judiciário, inclusive, teria publicado na sua edição desta sexta-feira parecer do Tribunal de Justiça de Minas Gerais negando pedido dos advogados dos assassinos que tinha o objetivo de protelar ainda mais o julgamento. Com o parecer desfavorável, o julgamento pode ocorrer com mais brevidade.

APOIO

Ainda na sessão especial o vereador Ruy Muniz - PFL fez questão de ser solidário à família de Igor Xavier, não somente comungando com o seu sentimento por justiça, mas também oferecendo apoio jurídico com os trabalhos gratuitos de um advogado.

- Igor Xavier era um exemplo de um jovem cheio de vida. Foi nosso aluno e nos deu muitas alegrias com o seu talento, com sua criatividade que sempre procurava evidenciar em eventos de nossas escolas.

Ruy Muniz também diz não entender os motivos que levam a justiça a ser tão lenta no julgamento dos criminosos. Reiterou a celeridade com que as autoridades desvendaram os mistérios que rodearam o assassinato do empresário Djalma Freitas, cujos matadores foram em tempo curto descobertos, julgados e condenados.

- O pior é que eles, os assassinos de Igor vivem como se nada tivessem feito de bárbaro. De cruel. Tanto aqui, em Montes Claros, em algumas oportunidades, como em Belo Horizonte, onde moram, no bairro Sion. Lá, podem ser vistos em plena liberdade, impunes diante da justiça e da sociedade - reclama Aroldo Pereira.

POBRES X RICOS

Marlene Xavier e Mazinho Xavier, pais de Igor, revelam tristeza e angústia com a lentidão da justiça, mas reafirmam que não perderam e jamais perderão as esperanças de que os criminosos pagarão pela barbaridade que cometeram.

Marlene, que nesta semana lançou um livro que revela a sua força interior para superar os desatinos que se colocaram à sua frente fez questão de agradecer o apoio que vem recebendo da sociedade montes-clarense nestes momentos cruciais de sua vida.

Mazinho, por sua vez, lembrou as dificuldades que famílias humildes, como a sua, enfrentam para que a justiça seja feita em casos como o seu, tendo do outro lado, do lado dos matadores de seu filho, pessoas com poder aquisitivo que acabam garantindo sua impunidade.

- Se Igor pertencesse a uma família rica, é provável que os assassinos estariam pagando suas penas. Mas, não desistiremos. Ainda veremos os dois pagando pelo que fizeram a Igor e todos nós - conclui Mazinho.

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