Presidente da câmara, Ildeu Maia, cobra mais diálogo do executivo

Jornal O Norte
16/11/2005 às 10:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:54

Eduardo Brasil


Repórter


eduardo@onorte.net

Defensor de quatro mandatos consecutivos, atual presidente da câmara municipal de Montes Claros, o vereador Ildeu Maia - PP tem marcado sua trajetória política pelo discernimento com que assume posições legislativas.

Ao longo de larga atuação parlamentar, uma de suas características tem sido a de evitar trincheiras da política partidária que, na maioria das vezes, levam ao embate inócuo e contrário aos interesses populares - e que foram marca registrada, aliás, em legislaturas passadas das quais participou.

- Eu atuo de acordo com as necessidades do povo. Não faço política pensando em outra coisa que não seja a de ajudar a população mais carente - afirma.

Ildeu sempre se mostrou arredio ao debate político explosivo e emocional. É de opinião de que algumas discussões, inclusive, só atrapalham, enquanto outras mais importantes não acontecem na proporção exigida, ou em proporção nenhuma.

Hoje, o clima que envolve os vereadores, cujo plenário não sustenta sequer uma bancada de oposição, reflete, em parte, a forma com que Ildeu Maia conduz os trabalhos da casa, tida pelos colegas democrática, serena e suprapartidária - que valoriza, sobretudo, o diálogo.

Mas, segundo o próprio presidente da câmara, é exatamente mais diálogo que estaria faltando ao legislativo e ao executivo para que o município consiga avançar com mais determinação rumo aos seus objetivos.

INUTILIDADE

Para ele, as discussões sobre temas de grande relevância estariam limitadas a retóricas evasivas, polêmicas dispensáveis, provocando perda de tempo do parlamento com divergências que protelam os serviços que o município tem por obrigação de prestar ao povo.

Segundo Ildeu Maia, o legislativo e o executivo poderiam ter alcançado objetivos mais concretos e de importância superior para a população neste ano que se encerra, caso o diálogo tivesse sido promovido de forma mais ampla, sem sectarismo, na proporção ideal, sobretudo entre a câmara e o secretariado do prefeito Athos Avelino - PPS - que estaria evitando uma inteiração anunciada (e necessária) no início do ano.

Alguns secretários - observação que Ildeu compartilharia com a maioria de seus pares - simplesmente atrapalhariam a tomada de decisões por questões de posições políticas, ainda que a administração defenda uma organização de envergadura técnica sem o revanchismo e o estorvo de cores partidárias.

Apesar da harmonia que os dois poderes experimentariam desde janeiro deste ano, após décadas de um relacionamento abalado por desavenças que extrapolaram do campo político para o campo pessoal, em detrimento da população, o dirigente parlamentar compreende que as conversas, ainda assim, deveriam ser mais abrangentes, mais sinceras entre o legislativo e o executivo, incluindo as representações da sociedade organizada para que essa convivência seja mantida sem rupturas nos próximos anos.

MOMENTO PROPÍCIO

No entanto, segundo ele, faltaria, por parte da prefeitura, boa vontade para se discutir questões consideradas mais polêmicas com a responsabilidade e a maturidade necessárias, evitando decisões unilaterais que atingem o povo como um todo.

O momento, inclusive, que antecede a votação do projeto de lei do executivo que trata do pagamento de pequenos valores (até R$ 2,1 mil) sem a emissão de precatórios exigiria esse posicionamento, esse discernimento, segundo Ildeu Maia.

Por isso, na falta de um esclarecimento maior dos impactos da medida para o servidor, para o cidadão e para as empresas alcançadas por ela, o presidente da câmara tomou a iniciativa de reunir os vereadores, o poder público e o segmento social para debater o assunto nesta quarta-feira antes que a matéria volte ao plenário na próxima terça, depois de ter sido retirada de tramitação sob forte clima de divergência no plenário, com direito a protestos na porta da câmara pela Frente municipal de defesa do servidor municipal - que é contra a medida nas condições manifestadas pelo executivo.

- Vamos buscar um consenso, sem que ninguém se sinta lesado por esse processo - afirma Ildeu, que concedeu entrevista a O Norte observando este e outros assuntos.

Leia os principais trechos desta entrevista clicando aqui.

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