Eduardo Brasil
Repórter
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Não terminou bem a reunião improvisada que diretores da Associação dos ambulantes e camelôs de Montes Claros tiveram com a secretária de Governo, Márcia Saraiva - PPS, na manhã de terça-feira 03, e com a comissão de vereadores indicada minutos antes pelo presidente da câmara, Ildeu Maia - PP, composta por Cori Ribeiro - PPS, Valcir Soares e Ademar Bicalho - PTB. O propósito era antecipar debates sobre as reivindicações da categoria que atua no Shopping Popular e que incluem, principalmente, a renovação dos contratos de cessão das lojas aos camelôs, vencidos há dois anos.
Cássia de Brito: - Vamos protestar em todos os lugares:
escolas, órgãos públicos, praças e ruas, onde o
povo estiver (foto: arquivo/ Wilson Medeiros)
- Mas o clima tenso e de divergências, principalmente por parte da presidente da associação impediu que sequer fosse elaborada uma pauta para discussões procedentes - censura Cori Ribeiro (leia mais clicando aqui).
- Desde que o prefeito Athos Avelino tomou posse, os lojistas do Shopping Popular estão com seus contratos vencidos. A norma é de que eles sejam renovados a cada ano e esta norma não está sendo cumprida - disse Cássia de Brito, presidente da associação a O Norte na manhã de ontem demonstrando impaciência com a protelação que a administração estaria impondo para uma solução do impasse.
PRÉDIO À VENDA
Segundo Cássia de Brito, desde que os camelôs foram instalados no Shopping Popular pelo governo Jairo Ataíde - PFL, os contratos eram rigorosamente renovados a cada ano através da prefeitura, via secretaria de Ação Social, lojistas e Prevmoc, o instituto de previdência municipal, autarquia que agora, afirma, estaria buscando limitar o convênio unicamente à sua esfera.
- Os lojistas exigem que os contratos sejam renovados também com a participação da prefeitura e da secretaria de Ação Social. Assiná-los apenas com o instituto é uma medida que nos deixa receosos principalmente depois que o seu presidente, José da Conceição, disse que o prédio pode ser vendido e que já teriam feito propostas nesse sentido.
PRAZO
Cássia de Brito disse que a categoria vai aguardar até terça-feira da semana que vem por uma solução para o entrave. A presidente da associação não aceita a morosidade com a qual a administração estaria tratando assunto de tamanha importância social. E, dando prazo, promete uma reação para impedir que a situação dos lojistas, tornados ilegais perante a lei, se prolongue.
- É por isso que a cidade está como está. Por falta de decisões que impeçam o surgimento de problemas mais graves. O município não oferece emprego e ainda dificulta o trabalho de quem consegue um espaço para ganhar dignamente o seu pão de cada dia. Se até terça-feira da semana que vem nada for feito, vamos para todos os lugares do município levar nosso protesto - garante.
TAXAS
A presidente da Associação dos ambulantes e camelôs de Montes Claros reitera que a categoria está procurando trabalhar dentro das normas, até mesmo sujeitando-se a tributações exorbitantes pelo uso do Shopping Popular, incompatíveis com sua renda, referindo-se às taxas que os lojistas estão obrigados a pagar.
- Só de aluguel e condomínio pagamos mais de duzentos reais. Existem colegas tirando comida da mesa para pagar esse dinheiro. O pior é que os descontos que nos eram garantidos foram ao longo do tempo sendo reduzidos - lembra, frisando que no início os lojistas pagavam apenas 25% dos valores das taxas.
- Os descontos foram reduzidos de 75% para 50% e agora passaram a ser de apenas 25%.
ESMOLA
Cássia de Brito nega que tenha provocado um clima de tensão na reunião de terá-feira, impedindo que o encontro atingisse seus objetivos. Afirma que a secretária de Governo é que teria sido mal-educada até no ato de recebê-la nas dependências da prefeitura - e que chegara a destratar a categoria com expressões pejorativas.
- Disse que o Shopping Popular era para gente rica, e que o prefeito Jairo Ataíde usou dinheiro do povo para nos dar como esmola. Falou que por causa disso o prédio pode ser vendido, mesmo, e que não se importaria com o destino de mais de mil famílias que se beneficiam do local. Mas, que fique sabendo, não deixaremos - concluiu a dirigente da associação.