Plano Safra agrada produtor da região

Valor de R$ 225,59 bilhões anunciado e inovações, como incremento do Seguro Safra, atendem a expectativas

Márcia Vieira
20/06/2019 às 07:46.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:11
 (FÁBIO MARÇAL/DIVULGAÇÃO-AGRICULTURA FAMILIAR)

(FÁBIO MARÇAL/DIVULGAÇÃO-AGRICULTURA FAMILIAR)

Produtores rurais do Norte de Minas comemoram o lançamento do Plano Safra 2019/2020, anunciado pelo governo federal nesta semana, no Palácio do Planalto. O valor é de R$ 225, 59 bilhões e supera o plano anterior. A assessora especial do Ministério da Agricultura, Raquel Muniz, destaca que a Agricultura é um dos pilares mais fortes da economia brasileira.

“O Plano Safra garante ao homem do campo que continue trabalhando, gerando emprego, renda e divisas para o Brasil, já que permitirá aos agricultores o investimento no setor”, disse.

Com cerca de 1.300 associados, o Sindicato Rural, por meio do seu presidente, José Avelino Neto, avalia que o valor é considerável e vai permitir à categoria respirar.

“Foi interessante o aumento do valor para custeio, o que é muito bom. Criou-se uma regra geral para o pequeno, médio e grande produtor e veio na época certa, com prazos necessários para que o produtor possa se programar e fazer o plantio. Muitas vezes, vem de última hora e não dá mais tempo usar”, ponderou.

A liberação dos recursos começará em 1° de julho, indo até junho de 2020. Foram definidos os valores de R$ 169,33 bilhões para custeio, comercialização e industrialização; R$ 53,41 bilhões para investimentos; R$ 1 bilhão para seguro rural e R$ 1,85 bilhão para apoio à comercialização.

“O valor referente ao Seguro Safra é o dobro do anterior. O mais interessante é que haverá recurso para isso. Antes, anunciavam, mas não havia o recurso. Ou, quando existia, era pequeno”, pontuou José Avelino, frisando que a agricultura é atividade de alto risco e o produtor precisa desse suporte, em razão das condições climáticas da região, que ocasionalmente prejudicam a safra.

O diretor regional da Emater, Ricardo Demicheli, afirmou que a atividade agrícola no Brasil está em curva crescente e teme que antes do prazo limite o dinheiro possa escassear. Ainda assim, entende que o anúncio do governo mostrou a que veio e trouxe inovações.

“O Brasil já demanda um valor maior do que este, mas está dentro da expectativa, está cumprindo sua função. O Plano Safra é indispensável e este veio com novidade, que são os R$ 500 milhões para a habitação rural, que possibilitam a construção de até 10 mil casas. Agora, vão chegar as regulamentações e normativas para que a gente administre”, considerou.

Questionado sobre a média de produtores da região aptos a acessar o crédito, ele calculou em 25 mil a 60 mil.

“A elasticidade desse número se deve a três fatores, que são a seca, a sazonalidade e o endividamento. Muitos estão renegociando as dívidas e não estão abrindo crédito novo”, explicou.

O Ministério da Agricultura vai possibilitar, por meio do Fundo de Aval Fraterno (FAF), a renegociação de dívidas junto a bancos, agroindústria e distribuidoras, disponibilizando cerca de R$ 5 bilhões, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com prazo de pagamento de até 12 anos e três anos de carência.

“Minas Gerais foi, proporcionalmente, o Estado que mais renegociou dividas em 2017 e 2018, em cima das leis que temos. Negociamos muito e isso está nos propiciando fazer bons investimentos este ano, atendendo aos produtores rurais. Com o anúncio do governo, foram colocadas as diretrizes e vamos poder fazer novas aplicações de crédito. Temos verbas suficientes para atender a demanda dos produtores e estamos bastante otimistas”, afirmou o superintendente Regional do Banco do Nordeste, João Nílton de Castro.

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