Eduardo Brasil
Repórter
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A câmara municipal de Montes Claros realiza, amanhã, a partir das 19h30, audiência pública para debater sobre a previsão orçamentária do executivo para o exercício de 2007, atendendo proposição de Fátima Pereira (sem partido).
De acordo com a vereadora, a discussão sobre como a prefeitura gastará os recursos públicos no ano que vem é um assunto que precisa ser colocado de forma transparente para toda a sociedade considerando que eles somam mais de quatrocentos milhões de reais.
Fátima Pereira chama a população para discutir orçamento municipal - que estaria sendo elaborado na calada da noite (foto: Wilson Medeiros)
- O povo de Montes Claros precisa saber com detalhes sobre como esse dinheiro será gasto por uma administração que propaga transparência. No entanto, a previsão foi feita na calada da noite, por iluminados da prefeitura, digamos assim.
Ainda segundo Fátima Pereira, ao eliminar outros segmentos, como a própria câmara municipal, das discussões sobre as previsões orçamentárias, a administração municipal estaria tentando impor as obras que seriam interessantes aos seus objetivos políticos.
- O executivo naturalmente não pensa em obras humanas, e por isso devemos debater suas propostas claramente. O orçamento municipal deve atender exclusivamente ao povo, solucionar os seus problemas, que são muitos.
SERVIDORES MUNICIPAIS
A vice-presidente da câmara de Montes Claros faz questão de apelar pela presença dos servidores municipais na audiência pública desta quinta-feira, para verificar como seus direitos trabalhistas estariam sendo observados no documento forjado pelo executivo.
- O servidor tem de verificar se está previsto o seu reajuste salarial, por exemplo, e se as manipulações da administração sobre o documento orçamentário incluem a perspectiva de carreira na rede municipal de ensino. As grandes obras, que são as obras humanas, o documento naturalmente deve excluir. Vamos exigir que elas sejam inseridas – conclamou a parlamentar.
FUNDEF
Fátima Pereira também lembrou a importância de a categoria acompanhar a elaboração do projeto em relação aos recursos federais do Fundef – Fundo de manutenção do desenvolvimento do ensino fundamental lembrando que no ano passado essa questão não ficou previamente estabelecida, com os professores sendo prejudicados.
- E no ano que vem? Eles receberão de novo os recursos como sobras do Fundef? Por que a administração não repassa esses valores do governo federal ao longo do ano, aos profissionais do ensino, valorizando a categoria? – questionou a vereadora, advertindo que em 2005 a prefeitura não manteve esse procedimento legal.
- Ela, então, foi obrigada a se livrar do dinheiro para atender à lei, gastar o dinheiro bloqueado por ela na última hora, em dezembro, distribuindo-o como se fosse abono.
FAMA RUIM
Fátima Pereira também voltou a criticar a incompetência da administração, zombando, inclusive, das obras que a prefeitura diz estar realizando.
- Naturalmente que a maior delas é a reforma no canteiro do prédio da prefeitura, e a nova entrada para o estacionamento de carros, porque outras grandes obras ninguém consegue ver, só eles.
A vereadora também lamentou a pecha de caloteira que a prefeitura estaria assumindo diante de alguns fornecedores que há meses amargariam a falta de pagamento.
- O que eles estão fazendo com esse dinheiro? Estariam utilizando essa verba para fazerem caixa de campanha, já que estamos perto das eleições municipais? – concluiu a vice-presidente da câmara municipal, da tribuna, deixando a pergunta no ar.