Mais R$ 4 milhões para reerguer UPA

Verba já investida na Chiquinho Guimarães foi pelo ralo

Manoel Freitas
O Norte - Montes Claros
22/08/2018 às 06:49.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:02
 ( MANOEL FREITAS)

( MANOEL FREITAS)

Já são anos de espera e a obra inicialmente orçada em R$ 3 milhões vai custar, ao final, R$ 6 milhões. Dinheiro perdido é reflexo do descaso do poder público que resulta em projetos sem continuidade. Não faltam exemplos em Montes Claros.

Sete meses após o prazo estabelecido para entregar a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Bairro Chiquinho Guimarães, o prefeito Humberto Souto (PPS) assina somente hoje a ordem de serviço para a retomada das obras.

Para recuperar a unidade de saúde abandonada, serão necessários mais R$ 4 milhões, de acordo com a licitação feita em 25 de maio, vencida por duas empresas de Montes Claros – a Connor Engenharia e a Construtora Liner.

A UPA atenderá os bairros que integram o Grande Major Prates e o Grande Maracanã – uma população estimada em 100 mil habitantes, ou seja, cerca de 25% das pessoas que vivem em Montes Claros.

Essas duas comunidades reúnem bairros como Chiquinho Guimarães, Ciro dos Anjos, Joaquim Costa, Mangues, São Geraldo I e Vargem Grande.

A UPA de Porte III, que recebeu recursos de R$ 3.229.219,90 do Ministério da Saúde, está agora com as paredes caídas, ferros retorcidos e estruturas metálicas totalmente comprometidas. A obra foi deteriorada ainda mais na atual gestão porque a prefeitura sequer mantinha vigilância no local. Vários materiais foram roubados durante esse período.

Somente após publicação de matéria pelo jornal O NORTE, em 25 de maio deste ano, é que vigias foram colocados na construção. 

Uma das promessas de campanha do prefeito, a UPA foi abandonada no período em que já deveria estar concluída.
 
ATENDIMENTO
A unidade de saúde foi projetada para funcionar em tempo integral e atender urgências e emergências, de modo a desafogar os pronto-socorros dos hospitais, bem como prestar serviços intermediários entre a atenção básica e as unidades hospitalares. A capacidade é para 500 atendimentos diários. 
 
FISCALIZAÇÃO
O vereador Valcir da Ademoc (PTB) disse ontem na tribuna da Câmara que o Legislativo fiscalizará todas as etapas da obra. “Mais de R$ 2 milhões foram para o ralo, apesar da importância da unidade, que prevê 20 leitos de observação para adultos e crianças, consultórios de clínica médica, pediatria e odontologia e até uma sala de emergência para estabilizar os pacientes mais graves até serem levados a um hospital”, diz o parlamentar.

Para a moradora do Chiquinho Guimarães Patrícia Cassimiro da Silva, de 39 anos, a retomada dos serviços é um alento. “É uma obra muito importante porque vai permitir o atendimento à população”.

Aos 72 anos, 18 deles residindo no bairro, em frente ao canteiro de obras, José Augusto Gomes tem cinco filhos e seis netos e lamenta o descaso com a unidade. 

“O povo roubou tudo aí dentro: fiação, pia. Já estava quase pronto. Por isso precisamos da conclusão, pois está completando sete anos de abandono”, afirma.

Prefeitura não respondeu até o fechamento desta edição.

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