Mais de 2 mil famílias estão sem energia

Câmara de MOC realiza audiência pública para discutir demanda de moradores rurais e pede ação da prefeitura

Márcia Vieira
31/05/2019 às 08:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:54
 ( Fotos Márcia vieira)

( Fotos Márcia vieira)

Mais de duas mil famílias da zona rural de Montes Claros estão no escuro. A informação é da vereadora Graça da Casa do Motor (PHS), que propôs a audiência pública realizada ontem para discutir a questão.

“É inadmissível que em pleno século 21 as pessoas não tenham direito a energia. Pessoas doentes, às vezes, precisam ligar um aparelho e não conseguem. Não podem usar a geladeira, televisão ou mesmo carregar um celular. O pequeno produtor tem a terra, participa de associação e tem ali a sua subsistência. Precisamos separá-lo dos grandes chacreiros. É dessas pessoas que estamos falando”, aponta a vereadora, que crê na audiência como pontapé para a solução. 

A dona de casa e presidente da Associação de Santa Rita do Canacy, Maria de Fátima Soares, é exemplo dessa situação. Ela levou à Câmara a denúncia de que, apesar de ser proprietária, estaria, com 48 famílias, sendo explorada por um fazendeiro que cobra cerca de R$ 170 para levar à sua propriedade uma ligação clandestina de energia.

“Compramos a terra e ele não falou que seria luz clandestina, que vem da fazenda dele e a gente tem que pagar. Só temos direito a usar a lâmpada, porque a ligação não sustenta aparelhos. Estive na Cemig, denunciei, mas ignoram a situação. Acho que fazem vista grossa, porque disseram que lá não tem luz clandestina”, conta Fátima, que espera a interferência do Ministério Público.

“Não é só quem não tem energia que sofre. Para religar, a demora chega a três dias”, diz o presidente das Associações Rurais, Denílson Leite. 

O representante da Cemig, Carlos Augusto Alencar, afirma que a concessionária segue a legislação e o chacreamento é um serviço que não prevê a universalização.

“Quem tem a posse consolidada do terreno é atendido sem custo. Basta levar a documentação à Cemig para análise. Mas, se for chacreamento, segue a mesma situação dos loteamentos urbanos, só autorizados quando têm toda a infraestrutura. Se a propriedade for considerada chacreamento equivocadamente, a pessoa deve ir à prefeitura. Comprovado o engano, a Cemig faz a ligação”, avisa.

O presidente da Câmara, vereador Marcos Nem (PSD), afirmou que a Casa vai pleitear uma reunião com todos os envolvidos e exigir que a prefeitura faça um levantamento dos moradores da zona rural, especificando o que é ou não chacreamento. “Com os dados, a prefeitura pode notificar a Cemig para levar energia a todos os prejudicados. E os donos dos chacreamentos também devem ser notificados para regularizar a situação”, sugeriu. 

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