Junção de escolas prejudica os alunos

Unidades municipais dividem espaço com instituições do Estado, sem que fique clara a responsabilidade por elas

Márcia Vieira
06/06/2019 às 08:33.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:59
 (REPRODUÇÃO INTERNET)

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Escolas municipais e estaduais de Montes Claros que dividem espaço físico têm inviabilizado atividades do currículo escolar. 

Um exemplo dessas unidades de ensino que dividem espaço é, segundo o vereador Ailton do Village (PHS), a Escola Municipal João Valle Maurício, no Grande Village, que abriga cerca de 12 bairros. De acordo com ele, a região, além de não ter número suficiente de escolas, recebe os alunos de maneira inadequada nas poucas existentes.

“Na Escola Municipal João Valle Maurício, os alunos não têm educação física, porque a quadra está sem iluminação. Há um ano venho pedindo para resolverem isso. O prefeito joga a culpa no governo do Estado. Não dá para empurrar com a barriga. Precisamos de uma solução, seja de quem for”, frisa o vereador. 

Ailton diz que o município estaria ferindo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prega acessibilidade e educação para todos.


“O artigo 53 do ECA prega que toda criança tem direito a escola gratuita e próxima. Mas eles não têm. Muitas vezes, falta transporte escolar e eles chegam em casa à noite, porque precisam percorrer longa distância”, complementa.

O vereador ainda enviou ofício ao prefeito, pedindo a doação de terreno para desmembrar uma instituição da outra. “Nem resposta recebi”, informou.

Nesta semana foi a vez de o vereador Daniel Dias (PCdoB) entrar com requerimento na Casa para pleitear a doação de terreno que permita desafogar a Escola Municipal Egídio Cordeiro, que divide espaço com a Escola Estadual Elizabeth Pereira. Localizada no Bairro Independência, a instituição também não teria espaço físico suficiente para abrigar as demandas de duas instituições distintas. O requerimento foi aprovado por unanimidade.

“Para o governo fazer qualquer alocação de recursos para a construção, é importante que a prefeitura faça a doação. Nós fazemos tanta doação para hospitais e empresas que vêm para o município. A educação não deve ser deixada de lado. É das tarefas mais importantes. Cabe agora à secretária de Educação identificar este terreno e ao prefeito elaborar um projeto e enviar a esta Casa, que, tenho certeza, votará por unanimidade para resolver este problema”, ponderou Daniel.

Em visita à escola, o vereador, que é membro da Comissão de Educação do Legislativo, verificou que algumas adequações podem ser feitas para dar acessibilidade e segurança às crianças. “A medida mais urgente é elevar o guarda-corpo, que é baixo e gera insegurança. As portas também podem ser colocadas em outros locais, porque, como estão, os professores ficam susceptíveis”, alertou.

A secretária de Educação não foi encontrada para falar sobre o assunto. O diretor administrativo da secretaria, Valdoir Rosa, informou que nos próximos dias será providenciada a iluminação da quadra da Escola João Valle Maurício.

Até o fechamento desta edição, a Secretaria de Estado da Educação não retornou o contato.

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