Em defesa dos que precisam estudar de graça

Jornal O Norte
15/03/2006 às 10:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:30

Eduardo Brasil


Repórter


www.onorte.net/eduardobrasil

A dificuldade que a maioria das pessoas tem para ingressar no ensino superior gratuito, por falta de vagas, foi abordada pelo vereador Raimundo do INSS - PDT da tribuna da câmara na reunião desta terça-feira. Ele, inclusive, apelou para que os vereadores, prefeito, reitores, e deputados façam gestões junto ao governador Aécio Neves - PSDB no sentido de que a Unimontes - Universidade estadual de Montes Claros amplie o número de vagas que disponibiliza anualmente para um contingente cada vez maior de estudantes.

- Para o curso de Medicina, por exemplo, a Unimontes disponibiliza apenas 20 vagas por semestre e, dessas, onze são para atender às cotas universitárias - acrescentou o vereador, lamentando que sobrem apenas nove vagas para milhares de candidatos que prestam o vestibular, muitos oriundos de outras regiões do país.

- O nosso estudante é prejudicado também por essa concorrência, que acaba lhe tomando, na maioria das vezes, a cadeira na universidade.

De acordo com Raimundo do INSS, a Unimontes deveria pleitear do governo pelo menos 50 vagas. Para ele, o reduzido número de cidadãos com curso superior, hoje, no Norte de Minas, seria um reflexo da falta de oportunidades que a maioria das pessoas tem para ingressar na universidade pública.

- No Norte de Minas, apenas 3% da população tem curso superior - acrescenta.

INCENTIVOS

O vereador e professor, Ruy Muniz - PFL concordou, em seguida, na mesma reunião, que o Estado pode - e de fato precisa ampliar o número de vagas, não somente na Unimontes como também no Núcleo de Ciências Agrárias da UFMG - Universidade federal de Minas Gerais, em Montes Claros. Segundo ele, o Norte de Minas deveria receber incentivos idênticos aos que o governo dispensaria a outras regiões do estado para a formação profissional da sua população.

- Em Uberlândia, por exemplo, a universidade pública já existe há mais de três décadas, com número adequado de vagas e formando diversos e excelentes profissionais. É exatamente por isso que aquela região se desenvolve.

Ainda de acordo com Ruy Muniz, a ampliação do número de vagas não significaria nenhuma ameaça à qualidade da educação a ser ministrada pela Unimontes e UFMG e que a medida não exigiria despesas para ampliação de salas.

- Existe este espaço - observa.

O parlamentar entende que as duas instituições públicas deveriam, cada uma, oferecer anualmente, no mínimo, sete mil vagas por ano.

PRIVILÉGIO

A Unimontes, segundo Ruy Muniz, oferece, por ano, somente 1.400 vagas e a UFMG, apenas mil.

- É pouco para o número de pessoas querendo estudar e sem condições de pagar os estudos - lamenta o vereador, que há anos atua no segmento do ensino privado como fundador e diretor da Funorte - Faculdades unidas do Norte de Minas, instituição que oferece para diversos cursos 3,5 mil vagas por semestre.

- Mesmo sendo um empresário do ensino privado, defendo com muita sinceridade o aumento de vagas nas universidades públicas, considerando que a educação particular é mesmo um privilégio de poucos na região.

Em Montes Claros, por exemplo, conclui o parlamentar, apenas 5% da população teriam condições de bancar o ensino privado.

- As nossas faculdades ainda procuram facilitar, para essas pessoas, como pode, a realização de seus sonhos.

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