Designação gera nova polêmica na educação em MOC

Município estabelece avaliação para contratação de supervisores e sindicato quer explicação

Márcia Vieira
27/02/2019 às 06:34.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:44
 (FÁBIO MARÇAL)

(FÁBIO MARÇAL)

A designação de profissionais da rede municipal de ensino pode ser mais um problema e mais uma polêmica na área de educação em Montes Claros. O assunto foi tema de discussão ontem na Câmara Municipal. A nova política implantada pelo município, com inclusão de uma fase de seleção dos profissionais, além de descentralização do ponto de chamada dos contratados, coloca em risco as oportunidades de quem precisa do trabalho.

O vereador Daniel Dias (PCdoB), presidente da comissão de Educação da Câmara, levantou a questão e foi categórico ao dizer que os servidores sofrem prejuízo com a nova forma adotada pela Secretaria Municipal de Educação, principalmente para os supervisores.

“O procedimento era feito baseado na contagem de tempo dos profissionais, agora eles passarão por uma seleção. A gente não sabe como vai ser essa seleção. Se será objetiva, subjetiva, se será múltipla escolha. Qual a forma que a banca vai examinar para não haver quebra do direito de disputar em igualdade?”, questiona o vereador.

De acordo com o parlamentar, caso o profissional seja considerado inapto, ele terá que esperar por seis meses para uma nova disputa. “Nós da comissão vamos nos reunir para pedir esclarecimentos em relação a essa situação e, se for o caso, derrubar essa medida”.

O vereador usou a tribuna para denunciar outra situação que aconteceu no município com a divulgação das vagas para cantineira e servente de zeladoria, ocorrida entre os dias 20 e 23.

“Pela primeira vez, houve a divisão dos locais. Em um lugar as pessoas pegam uma vaga com 2.500 dias, outros pegam a mesma vaga com 1.800 dias, por exemplo. Recebi diversas cobranças e este é um problema, além da redução do número de vagas. Várias diretoras estão preocupadas porque os serventes não serão em quantidade suficiente e a sobrecarga de trabalho pode resultar em doenças laborais dessas profissionais”, disse o vereador. 
 
DEMANDA INICIAL
De acordo com o município, na designação ocorrida foram disponibilizadas 275 vagas para servente de zeladoria e 164 para cantineira. O número seria para atender a demanda inicial, mas poderá aumentar caso haja necessidade. O levantamento sobre o número de alunos cadastrados ainda não está disponível.

A secretária Municipal de Educação, Rejane Veloso, destacou que a mudança de procedimento para supervisor ocorrida não é classificada como um processo seletivo. “Não é um processo que tem edital, é uma verificação das competências e habilidades do fazer pedagógico. É uma coisa prática, da vivência delas. Colocamos referência bibliográfica do material que a secretaria já trabalhou com estes profissionais por meio de oficinas”, disse.
 
SEGURANÇA
Sobre a divisão dos espaços para designação, a secretária disse que a medida foi adotada por questões de segurança e em razão do pouco tempo para o preparo da volta às aulas, programadas para 7 de março em todas as 104 unidades da rede municipal.

“Com essa paralisação e incerteza, a gente teve que fazer próximo à data de início das aulas. Dividindo, a gente tem mais segurança para fazer a quantidade de convocações que a gente precisa em menor tempo. A situação foi somente para aqueles cargos que têm maior quantidade de gente. Provavelmente, para professor vamos ter que fazer em dois lugares”, pontuou.
 
AUDIÊNCIA
A vice-presidente do Sindi-Educamoc, Juliana Miranda, disse que não entende como prejuízo a convocação em mais de um local. Entretanto, sobre a situação dos supervisores, pedirá a interferência do Ministério Público.

“Simplesmente foi anunciado isso do dia para a noite. É um processo seletivo sim, com prova escrita e entrevista, que é uma coisa muito subjetiva. Qualquer processo seletivo, seja qual for, a pessoa tem que ter um tempo para se preparar. A designação ocorreu ontem por contagem de tempo e a prova está marcada para sexta-feira. O tempo é curto. Nós já fizemos denúncia ao Ministério Público e a secretária terá que dar explicações”, pontuou Juliana.

Sobre o retorno dos profissionais que não receberam o salário de dezembro, a professora informou que ainda não está definido se haverá greve. “Daqui a dois dias teremos a audiência de conciliação. Vamos aguardar para tomar qualquer decisão”, finalizou. 

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