(CODEVASF/DIVULGAÇÃO)
O Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Jequitaí, Pacuí e Trecho do São Francisco realizou encontro em Montes Claros para garantir recursos com vistas à conclusão da Barragem de Jequitaí. O evento, organizado pelo presidente Wíllian César Ireno, reuniu setores diversos da sociedade civil, líderes políticos e empresariais e contou com a participação do senador Rodrigo Pacheco (DEM), deputado federal Mauro Lopes (MDB) e deputados estaduais. A estimativa é a de que serão criados cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos, com ao menos 35 mil hectares irrigados, e a produção de 420 mil toneladas/ano, após a implantação do projeto Hidroagrícola do Jequitaí, das Barragens I e II.
“Preocupados com a perda de valores já investidos na obra que está paralisada, buscamos aqui sensibilizar o governo federal e as entidades locais para unir forças em torno da viabilização do projeto, orçado em R$ 283 milhões. É uma luta apartidária e precisamos estar unidos em nome do interesse dos estados”, afirmou Ireno.
A ex-deputada federal Raquel Muniz (PSD) elogiou a iniciativa do comitê e reforçou que, durante seu mandato, com um trabalho intenso, conseguiu conclamar a bancada em torno da questão.
“De tanto falar sobre o assunto, fui apelidada de a ‘deputada da caixa d’água’, na Comissão de Integração e Revitalização do São Francisco, tamanho o meu choro. Não adianta fazer a obra grande de transposição do São Francisco se não fizermos a revitalização. Sem água, não existe transposição. Precisamos cuidar dos nossos rios, cuidar das nascentes, para que Minas continue a ser a Caixa D’água do Brasil”, pontuou Raquel Muniz, primeira a assinar o manifesto elaborado pelo comitê para ser encaminhado ao governo federal.
O deputado Mauro Lopes garantiu emenda no valor de R$ 10 milhões e o senador Rodrigo Pacheco pontuou que, em contato com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, ele teria ressaltado a falta de recursos do governo. Entretanto, marcou reunião para o início desta semana, demonstrando interesse em reabrir o diálogo. “A proposta é a emenda de bancada para fomentar a barragem de Jequitaí. Identifiquei que esse é o interesse dos deputados e líderes da região”, declarou.
O manifesto propõe apoio irrestrito à conclusão imediata da Barragem I e nos comprometemos a articular junto às instâncias deliberativas no sentido de assegurar os recursos orçamentários para conclusão do projeto, com pleno atendimento das condições ambientais, sociais, fundiárias, conforme cronograma estabelecido de enchimento de reservatório, em 1º de outubro de 2022.
Para o ex-prefeito Ruy Muniz, embora outras barragens sejam importantes para a região, a de Jequitaí é o grande salto para o desenvolvimento e sua conclusão vai minimizar parte dos problemas. De acordo com Ruy, assim como “as indústrias são importantes e se constituem em atividade estruturante, a barragem de Jequitaí é, sem dúvida nenhuma, a grande prioridade do Norte de Minas e merece o apoio das classes política e empresarial e da sociedade civil, em torno da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), órgão responsável pela execução do projeto”.
Ruy Muniz assinou o manifesto elaborado pelas entidades participantes, cujo teor atesta a necessidade de implantação do Projeto Hidroagrícola do Jequitaí, uma vez que o setor se configura como atividade predominante na região.
“Nosso povo tem origem agrícola e a grande maioria tem vocação para esse trabalho. 90% da população das pequenas cidades se ocupam da atividade agrícola. A geração de empregos na nossa região faz a diferença”, pontuou, sugerindo que além do investimento político, grupos interessados em investir na região se comprometam a contribuir.