Comissão vai entrar na briga por salário

Pressionados por professores, parlamentares vão intermediar negociação com prefeito pelo pagamento de dezembro

Manoel Freitas
23/01/2019 às 06:25.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:10
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Membros da Comissão de Educação da Câmara de Vereadores vão formar um grupo para intermediar a negociação entre professores e a Prefeitura de Montes Claros para o pagamento do salário de dezembro. A decisão foi tomada ontem, na abertura do ano legislativo. Durante manifestação, a categoria exigiu que parlamentares pressionem o Executivo a depositar os vencimentos atrasados e as rescisões do magistério.

O ato na Câmara contou com a participação de representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Sistema Público Municipal de Montes Claros (Sind-Educamoc) e profissionais da área. Desde o início da sessão, eles cobraram o engajamento dos parlamentares na causa. A alegação é a de que os vereadores têm mais condições de pressionar a prefeitura, pois deles depende a aprovação de projetos.

A mobilização dividiu os parlamentares. Primeira a falar sobre o assunto, Maria Helena Lopes (PPL), que é filha de professores, afirmou que “o responsável pelo impasse tem que ser preso, independentemente de quem seja, porque quem trabalhou tem que receber”.

Já Sérgio Ferreira (DC) disse que o prefeito Humberto Souto não estaria pagando os salários dos professores “para não fortalecer grupo de oposição e futura candidatura do PT”. Foi interrompido por Oliveira Lega, que argumentou que se o chefe do Executivo “não paga os servidores temendo fortalecer opositores, comete crime”.

Em seguida, Ildeu Maia (PP) provocou a reação de parte dos presentes ao afirmar que não estudou “nessa escola de vocês, professores, que não servem para educar meus filhos”. Foi rebatido por Luanne Thaissa Freitas Lopes: “não estudou nas nossas escolas mesmo, era um motorista semi-analfabeto de Santa Rosa de Lima”.

Já o vereador Raimundo do INSS (PDT) acusou os professores de estarem “com dor de cotovelo”, enquanto o pastor Elair Gomes (MDB) afirmou que “trabalhou, tem que receber”. Cobrado pelo partido por não engrossar o coro dos manifestantes, Aldair Fagundes (PT) se limitou a afirmar que agendaria uma reunião com o chefe do Executivo, mas Humberto Souto não estava ontem em Montes Claros.
 
EMOÇÃO
O drama dos quase 4 mil servidores da educação da rede municipal foi resumido pela professora Verônica Lopes Siqueira, da Escola Municipal Zizinha Ribeiro, no bairro Santo Amaro.

Ela chorou ao protestar contra a decisão do prefeito Humberto Souto de condicionar o pagamento dos profissionais ao repasse dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) pelo governo do Estado.

“Um choro de indignação, de sofrimento, porque está faltando o básico, dinheiro para pagar água, luz, fazer feira”, prosseguiu a professora, que afirmou ficar com o “coração machucado” quando o filho de 5 anos pede alguma coisa que ela não pode comprar.

“Toda vez que chega alguém lá em casa meu filho fala que Humberto Souto não está me pagando”, frisou, salientando que “o que estamos passando é revoltante, fere os direitos humanos, porque nós trabalhamos o ano inteiro com amor, esperando as férias para viajar com a família, tranquilizar a cabeça; mas com esse prefeito não tivemos Natal, não tivemos Ano Novo”.
 
COMISSÕES
A segunda parte da reunião legislativa foi direcionada à formação das comissões, que segue o protocolo de mudanças a cada alteração da mesa diretora.

Cabe aos grupos – 13, no total – analisar a relevância dos projetos e emitir parecer sobre as situações solicitadas. Cada um tem seis membros: três titulares e três suplentes. Presidentes e vices são escolhidos posteriormente.

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