CLI conclui que está tudo legal nas obras do Mocão

Jornal O Norte
07/11/2005 às 10:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:54

Eduardo Brasil


Repórter


eduardo@onorte.net

No próximo dia 13 a CLI - Comissão legislativa de inquérito entrega relatório final à mesa diretora da câmara municipal de Montes Claros encerrando as apurações de denúncias de malversação de recursos públicos nas obras do estádio de futebol (Mocão) pela administração do ex-prefeito Jairo Ataíde - PFL (1997-2004).

Os trabalhos de investigação foram iniciados há nove meses, desde que o presidente do legislativo, Ildeu Maia - PP criou a banca examinadora, em março, atendendo requerimento do vereador Antônio Silveira - PTN, então no PMDB, que solicitou sua instalação a partir de reportagem do Jornal de Notícias apontando possíveis irregularidades nas obras do estádio municipal - que tiveram abertura ainda nas últimas décadas do século passado.




Prefeitura pode continuar obras; ainda existem recursos para que


o Mocão  se torne realidade (Foto: Adriano Madureira)

Antes mesmo de o documento concludente ser entregue aos dirigentes parlamentares pelo vereador Guila Ramos - PL (que substituiu Lipa Xavier - PCdoB - que se afastou da função de relator divergindo dos métodos de apuração), o seu resultado foi rapidamente tornado público pelo presidente da CLI, Athos Mameluque - PMDB, durante pronunciamento da tribuna da câmara na reunião de quinta-feira 3. Segundo ele, os últimos depoimentos colhidos foram fundamentais para que o encerramento das apurações ocorra no prazo estipulado.

- Chegamos à conclusão de que não há nada de errado nas obras do estádio municipal - disse ele, enquanto Guila Ramos preferiu não se manifestar sobre o assunto.

O relatório final deverá ser votado pelo plenário somente após o feriado do dia 15 de novembro (Proclamação da República), quando a câmara não realizará sua sessão ordinária de terça-feira.

DINHEIRO NA CAIXA

Os depoimentos considerados fundamentais para o fim das apurações, sinalizados pelo presidente da CLI foram prestados nesta semana pelo ex-secretário de Planejamento, João Henrique, e por representantes da Cros Engenharia que executou as obras de terraplanagem, última etapa das apurações - para a qual foi contratada, pela câmara, uma empresa especializada em apontar paralelos entre a terra movimentada e os recursos gastos nos serviços.

- Após o laudo técnico ter sido concluído surgiram novas dúvidas que nos levaram a adiar a redação final do documento. Com os depoimentos, essas dúvidas desapareceram, incluindo as que recaiam sobre gastos com a movimentação de terras. Mas está tudo correto - acrescentou Athos Mameluque.

Segundo ele, a CLI chega ao final segura de que cumpriu sua missão com serenidade, transparência e desprendimento, sem incorrer em erros de caráter político-partidário, sobretudo, mas embasada em informações técnicas e em documentos oficiais e comprobatórios. Ele repele insinuação de que os membros da CLI possam ter sofrido qualquer tipo de pressão que os teriam levado a tomar conclusões equivocadas ou que atendessem a interesses de terceiros.

O termo pizza, segundo ele, tão comumente usado pela população brasileira quando ela trata de prever as conclusões pífias das comissões de inquérito que se instalam nos parlamentos nacionais - precedentes, aliás, indiscutíveis para sustentar suspeições generalizadas - não caberia no caso da CLI do Mocão.

- De forma nenhuma. Somos exceção. Seria até injustiça dizer que nosso trabalho acabou em pizza - disse ele a O Norte, após o pronunciamento da tribuna, sustentando que CLI foi altamente verdadeira nas suas investigações.

- Fizemos um trabalho imparcial. Os gastos no Mocão foram elevados, passaram da conta porque o empreendimento visou atender a preceitos da Fifa, que não estavam inclusos no projeto embrião - completou.

Athos Mameluque conclui defendendo a continuação das obras do estádio municipal, ainda que o executivo prefira novamente alterar o projeto atual para fugir às exigências da Fifa, construindo um estádio mais modesto (em vez da Vila Olímpica que se previa).

- Ainda existem, destinados ao município, recursos de R$ 1,2 milhão na Caixa econômica federal para as obras do Mocão. Esse dinheiro estará disponível à administração assim que a CLI encerrar definitivamente os seus trabalhos, no próximo dia 13.

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