Candidatos avaliam anular eleição para o conselho tutelar

Votação no domingo teria tido irregularidades, como boca de urna, e até ocorrências policiais

Márcia Vieira
08/10/2019 às 08:39.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:07
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

A apuração da eleição que vai definir os 15 titulares e os 15 suplentes que comporão o Conselho Tutelar da 1ª, 2ª e 3ª região se arrastava no final da tarde de ontem, depois de uma eleição polêmica e com ocorrências policiais, no último domingo.

Mesmo sem o resultado em mãos, o conselheiro Samuel Oliveira, que tenta a reeleição, afirmou que vai pedir a impugnação da eleição, porque se sentiu prejudicado, assim como outros candidatos. No local de votação não havia a lista de eleitores de todas as zonas eleitorais de Montes Claros e apenas os que estavam inscritos na 317ª Zona puderam votar a partir das 8h. O problema só foi contornado depois das 15h e o prazo para votação foi estendido até 19h30. Mesmo assim, causou indignação nos candidatos.
 
ISONOMIA
“Reeleito ou não, vou pedir a impugnação da eleição. Não foi um processo democrático, não teve isonomia. Vários eleitores meus que eram de outra zona eleitoral foram embora e não conseguiram retornar. Não adiantou nada prorrogar o prazo. Quem recebeu a lista poderia ter averiguado. Será que ninguém notou que só havia a 317ª Zona?”, questionou Samuel Oliveira, referindo-se ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), responsável pela organização do pleito.

Outro ponto relatado pelo candidato é que algumas pessoas descumpriram as regras da eleição. “Havia pessoas induzindo outras a votar. Tivemos notícia de ônibus que vieram de outras partes, trazendo gente para votar, apoio de lideranças religiosas a candidatos, o que também é proibido. Enfim, muito problema, desorganização, falta de orientação e muita bagunça”, assegurou Samuel.

O candidato Gustavo Freitas disse que, no seu caso específico, não houve prejuízo, já que a maioria dos seus eleitores está concentrada na 317ª Zona. Mas ele apoia a decisão dos colegas que se sentirem prejudicados. 

“Não vejo nenhum problema em pedir a impugnação. Se eles foram prejudicados, é natural que entrem com o pedido de uma nova eleição”.

A apuração foi iniciada ainda no domingo, mas interrompida e retomada ontem. Como o processo não é eletrônico, a apuração não tinha hora para terminar. 

A chefe do Cartório Eleitoral, Sirleide Lacerda, pontua que a lista foi enviada no prazo e que caberia a quem a recebeu conferir os dados, mas que o problema foi sanado em tempo hábil.
 
HORÁRIO
A presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Karine Neves Dias, declarou à reportagem que, após uma hora de votação, o problema foi percebido e, em conjunto com o Ministério Público, foi definida a prorrogação do horário.

“O conselho não tem competência para saber o número de eleitores. O que nos coube foi solicitar ao cartório. E trabalhamos com o que recebemos”, explicou.

Com relação às denúncias de boca de urna, Karine admitiu que foi apreendido material de campanha com um fiscal que era também pai de um candidato. Ele foi levado a prestar declarações. Quanto ao ônibus que transportava eleitores, disse não haver provas concretas da situação. “No vídeo que nos trouxeram não havia nada que fosse vinculado a algum candidato. Fomos ao local e o ônibus não estava lá. Precisamos de provas materiais”, finalizou.

Até o fechamento desta edição, a apuração não havia terminado.

 
​Samuel Oliveira, Conselheiro Tutelar e candidato a reeleição

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