Câmara discute excesso de multas

Vereadores criticam MCTrans por registrar avanço de punição no estacionamento rotativo

Márcia Vieira - Repórter
O Norte - Montes Claros
10/02/2020 às 08:16.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:35
 (MANOEL FREITAS )

(MANOEL FREITAS )

A Empresa Municipal de Planejamento, Gestão e Educação em Trânsito (MCTrans) foi alvo de críticas na Câmara Municipal durante a apresentação de dados de autuações feitas pelo órgão. Os números foram lidos pelo vereador Rodrigo Cadeirante (Rede), com a presença de três funcionários na plateia.

De acordo com o documento, em 2019 foram aplicadas 38.260 multas, contra 43.450 de 2017. Entretanto, o mesmo documento aponta que em 2018 foram registradas 36.901 infrações pelos agentes, número menor do que o de 2019.

O vereador Fábio Neves (PSB) criticou a postura do colega parlamentar: “Recebi cópia deste documento e fico muito preocupado quando um vereador vem defender e aplaudir a situação de 38 mil multas em Montes Claros. Isso é motivo de choro, de indignação e não de comemoração. No momento de crise que o cidadão comum está vivenciando, a maioria dessas multas é de estacionamento rotativo, que foi criado na cidade sem critério algum”, disse Fábio, que sugeriu ao prefeito Humberto Souto e ao secretário que conheçam o modelo adotado na cidade de Macaé (RJ). 
“Lá, eles acabaram com a indústria da multa e praticam o rotativo de forma humana, para defender e educar a população. O cidadão paga apenas a diária, se porventura não tiver utilizado o cartão. Um colega vir aqui defender a MCtrans é demagogia”, alertou.

O vereador Marlon Xavier (PTC) colocou em dúvida os números apresentados e afirmou que a criação de uma comissão para apurar irregularidades no órgão e a convocação do secretário àquela Casa deve ser feita imediatamente. 
“Com todo o respeito ao colega, trazer aqui um número assinado pelo presidente da empresa é a mesma coisa que piada. Um secretário que falsificou assinatura e transferiu multa de funcionário da prefeitura para outro cidadão, de outra cidade, um secretário que usou funcionário na sua própria casa para serviço particular, configurando crime de improbidade, não tem moral para assinar documento e mandar aqui. Colocar um gráfico sem fontes é muito fácil, mas o que se vê nas ruas não é o que se configura neste papel. Temos que criar uma comissão e ir até a MCTrans ver o calhamaço de documentos”, sugeriu.

Para Sérgio Pereira (DC), o valor arrecadado com as multas deveria ser aplicado em benefícios para a população, entretanto, não é o que se vê, uma vez que os números são obscuros. “Por que vocês não mostram a soma dos valores? Durante três anos de mandato, sobrou dinheiro para aplicar em obras que, inclusive, melhorariam o trânsito”. 

O presidente da MCTrans, José Wílson Guimarães, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu às ligações até o fechamento desta edição.


 

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