Câmara aprova descarte responsável

Sem coleta seletiva na cidade, restaurantes e bares terão que fazer destinação de garrafas

Márcia Vieira
05/09/2019 às 08:40.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:25
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

O descarte irregular de “long neck” e “one way” está com os dias contados em Montes Claros. Foi aprovado na Câmara Municipal projeto do vereador Sóter Magno (PP) que obriga os estabelecimentos comerciais, fabricantes ou fornecedores a receberem de volta as embalagens não retornáveis. O texto dispõe sobre a obrigatoriedade da coleta, armazenamento e destinação dos recipientes que se parecem com vidro, mas têm na composição 70% de plástico.

O parlamentar, que também é ambientalista, pontuou que como a prefeitura não oferece a coleta seletiva, as embalagens utilizadas no consumo doméstico não são recolhidas pelo município.

“Essas garrafas não são consideradas lixo doméstico, porque o aterro sanitário não suporta o volume. Temos que resolver isso. É um problema sério em Montes Claros. Por todo canto que se vai tem a garrafa long neck, principalmente de cerveja, jogada em locais inadequados. Além dos danos ao meio ambiente, temos um problema de saúde pública”, afirma.
 
CONSCIÊNCIA
O vereador acredita que, inicialmente, a regra poderá encontrar alguma resistência, mas a maioria entende a necessidade de se reparar os danos ao meio ambiente.

“Essas garrafas não têm valor agregado ao vidro e mais da metade da sua composição é plástico. O percentual é muito grande e, por isso, demora para se decompor. Ela não quebra como o vidro. Ela não estilhaça, ela despedaça. Em uma logística reversa, toda vez que alguém comprar uma cerveja, por causa da lei e da consciência ambiental, ela não será jogada em qualquer lugar”, aposta.

Foram colocadas emendas ao projeto e o Ministério Público sugeriu que fossem estabelecidas parcerias com os catadores para facilitar o recolhimento. 

Proprietário de restaurante na cidade, Eduardo Costa recebeu a notícia como algo positivo. “Mesmo antes dessa lei que disciplina a situação, eu já devolvo as embalagens à distribuidora. Caso alguém venha comprar no meu comércio e queira retornar com a embalagem, vamos receber sim. É muito válido o projeto”, avalia.

PALAVRA DO ESPECIALISTA
A infectologista Cláudia Biscotto aponta que o descarte inadequado de embalagens é preocupante e a lei traz mais segurança.

“O acúmulo do material pode se transformar em criatório de mosquitos, inclusive do Aedes aegypti. E como o material está no lixo, pode levar a acidentes, com risco de infecção, como o tétano. A vacina previne isso, mas uma vez instalada, a doença é fatal”, declara.

A prefeitura tem o prazo de 60 dias para sancionar o projeto, a contar da data da aprovação.

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