Vereadores apontam erros da prefeitura de MOC, como falta de clareza no uso de verbas

Márcia Vieira
O NORTE
03/07/2020 às 04:57.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:55

Montes Claros chega hoje aos 163 anos neste dia 3 de julho vivendo o capítulo mais dramático de sua história. A observação é do vereador Ildeu Maia (Progressistas), que afirma não ter motivos para comemorar. Para ele, as fragilidades da administração ficaram mais expostas durante a pandemia, revelando o quadro de descaso em setores essenciais. Sobra recurso e falta ação, diz o parlamentar. “Gostaria muito de comemorar o aniversário da cidade com alegria, satisfação e vendo o investimento que a cidade merece. Mas estamos vendo pessoas morrerem por falta de atendimento e medicamentos. Dinheiro não falta. Esta semana votamos mais R$ 8 milhões para a prefeitura aplicar no combate à Covid-19”, afirma.  “Insistentemente venho pedindo à secretaria municipal de saúde a transparência no uso destes recursos que chegam, mas sem retorno. A cidade não pode ser tratada desta maneira”, cobra, pontuando ainda “excessiva preocupação do Executivo em propagandear asfalto”. “Com as aulas suspensas, os alunos deveriam estar recebendo cestas básicas em casa para sobreviver neste momento de tanta dificuldade, mas isso ocorreu apenas em abril. Será que uma única cesta básica é suficiente? A prefeitura deveria aproveitar o fechamento das escolas para reformar os prédios e oferecer uma condição melhor aos alunos no retorno”.  O vereador e médico Marlon Xavier (PTC) aponta a saúde como o ponto mais frágil do município. Destaca que a falta de transparência na aplicação traz sérios prejuízos à população. E teme que o recurso específico para o combate ao coronavírus seja empregado em outros problemas da área, bem anteriores à pandemia.  “São mais de 20 mil ultrassons em fila de espera. Sem contar tomografias, ressonâncias e outros exames necessários à saúde da população, preocupada com a Covid, mas carente em outros aspectos que podem até torná-las mais expostas ao vírus, vez que paciente com comorbidades tem maior probabilidade de não resistir à doença”. Marlon acrescenta que o site da prefeitura, que deveria trazer todas as informações relacionadas a aplicação dos recursos não é claro.  “Existe o site, mas como tudo que diz respeito a administração, não estão detalhadas as informações. Já são quase R$ 90 milhões. Esta Casa fez o seu papel, existe a dotação orçamentária para as ações, mas falta uma estratégia bem montada e equipe especializada para atender, por exemplo, na UPA, que foi inaugurada a toque de caixa e não terá profissionais para atuar no caso de uma emergência. Será que tem que esperar a situação chegar a níveis alarmantes para então contratar os profissionais? Infelizmente, não temos o que comemorar neste aniversário da cidade”, declarou. O vereador Daniel Dias (PCdoB) concorda. “Este recurso que aprovamos de R$ 8 milhões foi mais um crédito para o município, mas é preciso atualizar as informações com transparência”, disse.  Já o vereador Wílton Dias reclamou da situação dos servidores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), segundo ele sub-humanas, no de trabalho no combate à dengue. “Com o afastamento das pessoas do grupo de risco, eles estão sobrecarregados, trabalhando aos finais de semana e expostos a uma jornada difícil. Está faltando boa vontade na aplicação dos recursos”, disse Wílton, que ontem se reuniu com o procurador municipal para tratar do assunto. Sérgio Pereira (Progressistas) falou da insatisfação com o “esquecimento” da zona rural. “As estradas estão intransitáveis e dificultam até a passagem de veículos de tração animal”. O Procurador Municipal Otávio Rocha foi procurado pela reportagem mas até o fechamento da edição não retornou o contato.  

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