Merenda escolar pode ser enriquecida com mel e derivados

Projeto de Lei em tramitação na Câmara prevê a inclusão do alimento nas unidades de ensino

Márcia Vieira
13/08/2019 às 06:40.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:58
 (DIVULGAÇÃO)

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Tramita na Câmara Municipal Projeto de Lei de autoria do vereador Daniel Dias (PCdoB) que propõe tornar obrigatória a inserção do mel de abelha e derivados na merenda das escolas municipais de Montes Claros.

“Entrei com este projeto após dialogar com diversos produtores na região. A ideia, além de promover uma alimentação de qualidade, é fomentar a cadeia produtiva da região”, justificou o vereador. 

Daniel avalia que caso o projeto seja aprovado e colocado em prática pelo município, haverá muitos ganhos. Destaca que ao elaborar o PL teve o cuidado de garantir que o mel seja adquirido de produtores regionais.

“Na Europa, por exemplo, consome-se 2300 kg por habitante/ano. No Brasil, temos em torno de 100g por cidadão/ano. Ter uma colmeia é um investimento barato. O fornecimento será exclusivamente dos agricultores e cooperativas familiares, para não deixar que uma grande empresa venha e monopolize o mercado. Desse modo, os dois lados serão beneficiados”, explicou.

De acordo com Daniel, apesar de estar tramitando na Assembleia Legislativa de Minas um PL similar, seria uma maneira de Montes Claros sair na frente e seguir um exemplo que já foi adotado na cidade mineira de Juiz de Fora. 

“Esperamos que tão logo seja colocado em pauta, o projeto receba a aprovação e o prefeito sancione”, afirmou.

A rede municipal tem aproximadamente 33 mil alunos. Luciano Fernandes, presidente da Coopemapi, diz que a Cooperativa tem capacidade de produzir o suficiente para atender a demanda. O entreposto localizado em Bocaiúva tem mais de 300 cooperados, dos quais 22 em Montes Claros. A ideia é que o mel produzido na cidade e na região seja todo processado no local, que cumpre todas as normas de vigilância sanitária. A renda para cada produtor varia entre três quatro salários mínimos. 

“Entrar no mercado de Montes Claros, que é a capital do Norte de Minas, é muito importante para todos nós e significa um avanço enorme para a alimentação das crianças. A partir daí outros municípios podem aderir também”, diz Luciano.

As formas de adição de mel e seus derivados na merenda escolar, a quantidade utilizada e as receitas ficarão a cargo de nutricionistas responsáveis pelo cardápio e do Conselho de Alimentação Escolar (CAE).

A Nutricionista Eryka Jovânia Pereira afirma que, como todo alimento, o mel precisa ser consumido na quantidade certa, mas ressalta que os benefícios são inegáveis.

“É uma fonte de carboidrato fornecendo ao organismo energia, ferro, cálcio e potássio. O consumo moderado pode favorecer o bom desenvolvimento do sistema imunológico devido à ação antioxidante do mel”, diz a nutricionista, que faz um alerta apenas para algumas situações em que o alimento não é indicado.

“Não é recomendado o consumo para portadores de diabetes e crianças menores de dois anos”, pontua.

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