Mercado vive pior crise em 120 anos

Audiência pública na Câmara Municipal discute hoje insegurança, falta de limpeza e estruturas danificadas

Márcia Vieira
Montes Claros
03/05/2018 às 00:06.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:38
 (MANOEL FREITAS)

(MANOEL FREITAS)

Insegurança, estrutura danificada e ausência de limpeza são o retrato atual do Mercado Central de Montes Claros que, prestes a completar 120 anos, enfrenta a pior crise. Para discutir o assunto e buscar solução, o vereador Valdivino Antunes propôs uma audiência pública, marcada para a manhã de hoje, na Câmara Municipal.

“Não vou participar porque o prefeito Humberto Souto nunca comparece. Manda representante e não adianta nada. Ele nunca veio ao mercado depois de eleito. Não é besta de vir aqui porque só vai receber reclamação”, diz o feirante Acácio de Jesus Silva, que utiliza seis boxes no mercado, onde está há 20 anos. 

“Não temos segurança e somos prejudicados pela falta de fiscalização. Os carros param lá foram e começam a vender as coisas. O cliente chega e não tem lugar para estacionar. Era para ter mil pessoas aqui dentro. Não tem 10”, lamenta Acácio.

A falta de lixeira nos corredores também se tornou um problema recorrente. “Em cada pilastra havia uma. Elas desapareceram e o espaço foi ocupado por mercadorias. Eu também poderia colocar a minha lá, não é? Já que outros fazem eu também poderia”, reclama o comerciante. Ele revela que um dos banheiros foi fechado com cadeado há cerca de 1 ano e o único que sobrou está sem porta e não pode ser utilizado. “É uma falta de respeito”, diz.

A esposa de Acácio, Du Carmo Silva, aponta a falta de segurança como uma das principais preocupações. “A administração anterior tinha pulso firme. Dava o horário, as portas eram lacradas e ninguém entrava. Não havia roubo. Agora eles deixam os bares abertos e os meliantes entram à vontade para roubar nossas mercadorias”. 
 
FURTOS
Everaldo Júnior sabe bem o que é prejuízo. Há 50 anos comercializando aves no mercado, ele chegou para trabalhar depois do feriado e se deparou com a grade de uma gaiola arrombada. “Entraram aqui e apanharam o produto que eu tenho pra vender”, diz.

Agostinho Alves também já foi vítima de assalto. “Precisamos de policial aqui. Só tem dois guardas municipais e eles não circulam pelo mercado. Trabalhamos estressados e sujeitos a todo tipo de situação”, relata. Do lado externo, a situação também é preocupante. O lixo não é coletado. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura para falar sobre o assunto, mas até o fechamento da edição, não houve retorno.

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