(MANOEL FREITAS)
O prédio da Câmara Municipal de Montes Claros, inaugurado pelo ex-vereador e então presidente da Casa Antônio Silveira, em 2015, está parcialmente interditado.
Dos 23 vereadores, dez já haviam sido transferidos para o local, além da Assessoria de Comunicação e o Setor Administrativo. Os outros 13 continuam ocupando o prédio antigo, o que, segundo o atual presidente da Casa, Marcos Nem (PSD), causa muito transtorno.
A conclusão da obra do terceiro e quarto pavimentos deveria ter ocorrido em julho de 2019, mas a empresa responsável pediu um aditivo no contrato e marcou para 30 de novembro a entrega das novas instalações, o que não aconteceu. O telhado foi retirado durante os trabalhos e o teto dos gabinetes do segundo andar não resistiu às chuvas e veio abaixo nesta semana.
Ao chegar para trabalhar, a assessoria do vereador Idelfonso Oliveira (PMDB), se deparou com entulhos no chão e sobre os móveis. O gabinete foi fechado e os funcionários ficaram no primeiro andar. O mesmo ocorreu em outros três gabinetes. A diretoria do prédio resolveu interditar o local e os parlamentares foram distribuídos em salas administrativas no primeiro andar.
“O prédio está sendo erguido com movimentação de pessoas no local. Isso pode ser um risco, mas a empresa atrasou para entregar a obra e deve ressarcir a Câmara pelo prejuízo. Essa conta não pode ir para o povo. Graças a Deus não aconteceu nada mais grave”, disse o vereador Valcir Soares (PTB), cujo gabinete está no corredor atingido.
De acordo com o parlamentar, a obra foi orçada em R$ 5 milhões, entretanto, com as alterações no projeto, é possível que o gasto já tenha ultrapassado em muito esse valor.
O vereador Wilton Dias (PHS) permanece com o gabinete no segundo pavimento e diz que pediu aos funcionários para evitarem ficar na sala.
O ex-vereador Antônio Silveira não foi encontrado para falar sobre a situação.
SAIBA MAIS
Engenheiro vê planilha falha
O engenheiro Wantuil Coelho, da BML Engenharia, responsável pela obra, afirmou à reportagem que o material a ser usado, que consta em contrato, é insuficiente para sustentar o edifício. “É preciso terminar a estrutura, mas existem falhas na planilha. Um dos itens coloca 9 mil quilos de aço, mas, na verdade, são necessários 25 mil quilos. A telha foi contratada, porém, não dá para colocar sem estar apoiada em nada. Tudo em serviço público se faz com contrato, daí o atraso na obra. Estamos buscando uma solução”, falou.
O vereador Marcos Nem, em nota, afirmou que o contrato com a empresa venceu em 30 de novembro e não há intenção de renová-lo.