Marcelo Valmor (*)
A eleição e a posterior nomeação pelo governo do Estado do professor João dos Reis Canela e da professora Maria Ivete Soares de Almeida como reitor e vice reitora, respectivamente, da Unimontes, aponta para uma nova fase daquela instituição. A história da nossa universidade pública está diretamente ligada as pioneiras que na década de 1960 ganharam trecho e ajudaram a fundar sua célula inicial. Estamos falando de Baby Figueiredo, Sônia Quadros, entre outras. Conheceu gestões importantes até se encontrar com aquela que corporificou a instituição. Estamos falando da gestão do professor José Geraldo de Freitas Drumond. Em que pese alguns problemas no seu extenso reitorado, ampliou a instituição, fornecendo espaço para que professores, servidores e alunos exercessem a atividade da docência universitária.
Já o reitorado de Paulo César Gonçalves de Almeida, encerrado em dezembro último, tratou de dar à Unimontes uma organização contábil e administrativa adequada para sua expansão como centro de excelência na produção de conhecimento, além de ter lançado a instituição no campo da pesquisa com a criação de vários mestrados, evitando o deslocamento dos nossos futuros mestres para outras cidades e estados.
Agora, com a eleição e nomeação do prof. João Canela, a universidade caminha para o pleno exercício de sua atividade inicial que se ampara no tripé extensão, pesquisa e ensino. E um componente fundamental nessa sua caminhada é o princípio da ética e do trato correto com a coisa pública. O que chamamos de ética pública é cuidar para que o orçamento da Unimontes esteja plenamente envolvido com aquilo que se constitui o seu melhor e maior alimento: a comunidade montesclarense.
Evidentemente que todas as gestões observadas na nossa universidade sempre tiveram essa preocupação. Mas não podemos deixar de considerar que encontraram problemas estruturais profundos, o que acabou arrastando boa parte do seu orçamento para a construção de infraestrtutura que já deveria estar pronta quando foi criada nossa maior instituição de ensino público superior.
Nesse sentido, o atual reitor é figura emblemática, já que é dono de um temperamento ameno, avesso a burocracia, mas sem desconsiderá-la, e cientista por formação. A pesquisa, com reflexo imediato na extensão e no ensino sob a batuta de João Canela, será capaz, de agora em diante, de forjar quadros políticos e científicos capazes de ajudar a romper um certo “isolamento” que nossa região ainda convive em relação ao poder central estadual.
Toda a comunidade universitária tende, e muito, a ganhar com a gestão Canela. Mas para que tal ganho seja observado na pratica, é preciso mirar no comportamento do atual reitor.
Afinal, bons exemplos servem para serem observados, e copiados, é claro.
(*)Articulista político