Uma morena muito bonita

Jornal O Norte
13/08/2005 às 00:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:49






Ronaldo José de Almeida *




Tião era o tipo do sujeito rude e grosseiro. Mecânico de máquinas pesadas, falava muito alto, quase gritando. De temperamento agressivo, por qualquer motivo iniciava uma discussão. Se não houvesse intervenção de terceiros, certamente haveria luta corporal.




O rapaz residia sozinho num antigo prédio de apartamentos de quarto-e-sala, tendo a solidão como companheira. Todo final de tarde, ao encerrar o expediente na sua oficina, Tião corria para o bar do Valdo, no mesmo prédio onde morava, ficando por ali até altas horas bebendo e provocando os fregueses de boa índole. Sempre falando alto e bêbado, provocava temores aos demais que ali se encontravam.




As moças moradoras das imediações conheciam a fama daquele sujeito, e sequer se aproximavam do estabelecimento comercial, evitando assim suas piadinhas indecentes.




Certa noite, apareceu no bar de Valdo uma morena muito bonita, tipo índia. O mecânico, como sempre embriagado, olhou-a de cima abaixo, ficando boquiaberto com tanta beleza. Ela comprou uma garrafa de água mineral e deu meia volta para sair, quando o bêbado beliscou levemente sua bunda, falando-lhe a seguir:




- Gostosa!

 






A morena assustou-se, desferindo-lhe um tapa no rosto; saiu então pisando alto. Todos os freqüentadores do bar ficaram estarrecidos, olhando para o mecânico muito sorridente, que a todo momento passava a mão pela face esbofeteada. A seguir, Tião correu para fora do bar, tentando ainda ver aquela mulher, mas sem êxito. O mecânico perguntou a Valdo, dono do bar, se a conhecia:




- Você conhece a fera, Valdo?                                                                   




- Não, Tião, eu sempre a vejo passar por aqui, mas nada sei sobre ela.




- Alguém conhece a moça? – perguntou o mecânico.




- Eu conheço, é a Margô, mora aqui mesmo – respondeu Quinquinhas.




- Então me diga, companheiro, quem ela é? – insistiu Tião.




- Não sei muito sobre a moça, não. Sei apenas que ela se chama Margô e mora aqui mesmo no prédio, no segundo andar - respondeu Quinquinhas.




- Ela mora aqui no prédio, no segundo andar? Então é minha vizinha. E eu nunca a tinha visto. Meu Deus, tenho que encontrar essa moça/image/image.jpg?f=3x2&w=300&q=0.3"right">* Advogado e escritor





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