Uma crônica feliz

Por Cláudia Gabriele

Jornal O Norte
Publicado em 17/10/2013 às 08:55.Atualizado em 15/11/2021 às 17:13.

*Cláudia Gabriele

Foi uma crônica da Martha Medeiros que me fez escrever este texto. Ela fala de um apartamento feliz. Concordo! Alegria não é exclusividade de gente. Na minha casa, tenho uma almofada alaranjada, toda repolhuda, que esbanja vigor, assim como uma escultura de bailarina ou o vermelho da parede da minha sala. Saindo do apartamento para as ruas. Meu carro, também vermelho, tinge qualquer dia cinza. E por falar no céu, o azul, que mostra um sol sorridente, é sempre o mais feliz. Piscina e cachoeira completam a alegria, mas o mar, às vezes, é melancólico... Assim como meu cabelo, que nasceu com uma cor triste. Palavras do cabeleireiro, que encheu o tom castanho de mechas iluminadas. Nada que se compare às madeixas ruivas, de longe, as mais felizes dessa categoria.

Roupas também alegram. Um vestido de estampa floral tem energia própria, ainda que a dona não esteja nos melhores dias. Um varal colorido, balançando ao vento... Outra imagem feliz, como a sombrinha que comprei para a minha afilhada: uma joaninha! Margaridas, flores do campo e rosas costumam levantar o astral. Cachorro e passarinho estão sempre de bom humor. Gatos, embora lindos, nem tanto. E as frutas? Melancia, caqui ou as jabuticabas – explosão de alegria na boca. As bolhinhas do champagne fazem o mesmo efeito. Bebida feliz por excelência.

Embora dançar seja sempre um ato de alegria, entre o tango e o forró, não há dúvidas sobre o estado de espírito de cada um. Nem entre o pandeiro e o violino ou entre o violão e o piano. O sorriso é feliz; a lágrima, geralmente, é triste, mas o inverso também pode ser verdadeiro. Um perfume feliz: Light Blue, Dolce & Gabbana, e todos os outros florais e frutais.

O dia nascendo, pra quem não está deprimido, é sempre feliz. O pôr-do-sol pode doer um pouco. Feriado, pra quem não trabalha, é dia de comemoração. Menos a data dedicada à saudade. Essa nunca vai ser totalmente leve. E assim a gente vai fazendo associações. O Brasil, a feira livre barulhenta, um estádio de futebol... Mais que lugares, o melhor de tudo é gente feliz. Nada forçado nem por 24 horas porque os contrastes são sempre saudáveis. E até a alegria, em excesso, cansa. Mas como é acolhedor encontrar pessoas que olham a vida em cores, deixando o preto-e-branco para os filmes do passado. Essas sabem que felicidade é busca permanente e que a alegria vai e volta. Entre um momento e outro, é bom ocupar o espaço e se cercar de imagens felizes.

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