*Artur Leite
É muito comum alguns montesclarenses mais privilegiados quando vão a Europa ou viajam pelo Brasil chegar por aqui e com ar de “turistas experientes “ afirmar para os mais próximos que “ Montes Claros é uma cidade suja”, que o “ trânsito aqui é horrível “ e por ai vai. O tom da conversa sobe cada vez mais quando, nas rodas sociais, querem demonstrar o status de “viajado”. Agora, com o anúncio da TAXA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, uma grande maioria deles se revolta contra a mesma e também contra a administração municipal, protestando de todas as formas, em relação aos valores que foram emitidos.
Em sua entrevista coletiva para a imprensa na sexta-feira (1), pela manhã, o prefeito Ruy Muniz explicou em detalhes os motivos que o levaram a respeitar a lei federal, estadual e municipal, inclusive aprovada por todos os vereadores, e está sendo usada como “pano de fundo“, como politicagem para as eleições. Primeiramente, o projeto de lei ficou na Câmara Municipal por quase 8 meses para ser estudado, modificado e aprovado, o que acabou acontecendo inclusive, com os fotos dos edis da oposição (eles agora querem argumentar que não votaram no mesmo), e tudo com a finalidade de moralizar a questão do lixo em toda a cidade. Esta taxa foi cobrada no IPTU do ano passado, e somente agora desmembrada, chama a atenção pelos valores.
Só para se ter uma ideia exata de como está a questão da sujeira na cidade, quase 70% dos terrenos de Montes Claros pertence a 60 pessoas que não pagavam quase nenhum tributo, e nada fazem para melhorar os aspectos dos mesmos, que são deixados de lado para serem especulados. Eles foram atingidos.
Em contrapartida, cerca de 60 mil pessoas não vão pagar os tributos porque estão enquadrados dentro de um item do projeto de lei, ou seja, por terem pessoas idosas, portadores de deficiência e ou doentes crônicos em suas residências e estão assim isentos.
Com apenas 10 caminhões em atividade, os tributos servirão para aumentar este número para vinte, sendo que o prefeito já os adquiriu e custaram cerca de R$ 2 milhões e 300 mil reais.
Quem paga mais, segundo ele vai ter a coleta diária em sua porta, inclusive de seletivos, e os de menor valor, terão o lixo recolhido três vezes por semana.
Com relação aos reflexos políticos das medidas da Taxa, o prefeito foi firme ao afirmar que “não fui eleito para ser político popular, e sim para melhorar a qualidade de vida do cidadão”, fugindo completamente aos políticos tradicionais que poderiam adiar a cobrança e fazê-la somente após as eleições, o que é rotina no sistema políticos viciado de governar, que impera há muitos anos no Brasil. A medida tem que ser encarada de frente, principalmente para aqueles que têm certeza de que a nossa cidade é suja, ao contrário dos municípios europeus e até mesmo de cidades de outros Estados brasileiros.
