Wilson Silveira Lopes
Extraí da obra Eles os juízes, visto por nós, os advogados a seguinte pérola:
Se ainda há inocentes a defender, se ainda há abusos a reprimir, se ainda há dores causadas pela injustiça e leis promulgadas para as sarar, o Pretório continua jovem e a juventude não é nunca melancólica, porque tem o futuro diante dela – Piero Calamandrei
Liquei pensando em mim e nos meus colegas servidores públicos deste município. Primeiro, ponderei sobre a minha situação atual, em que a mais de 01(um) fui dispensado de prestar os meus serviços à Procuradoria do Município, que assim resolveu distinguir-me com um cargo na Secretaria de Administração conhecido por todos como O corredor. Ali, compareço para assinar ponto. Eu que sou um servidor concursado, efetivo, pasmem os senhores, fui lançado ao opróbrio desse novel cargo, para que em meu lugar fosse colocado uma pessoa que prestou concurso a menos de ano; que recebe salários trabalhando, enquanto eu – pasmem os senhores!, outra vez – recebo sem fazer absolutamente nada!
Não agüentei. Recorri à Justiça. Aguardo resposta! Clamo por justiça, pedindo que eu possa como dantes, trabalhar normalmente, como sempre trabalhei, respeitando antes de tudo, o serviço público.
Você que lê deve estar se perguntando: não é possível isso! Mas é a pura verdade! Estou solicitando à Justiça que permita que eu possa cumprir, legalmente, as minhas obrigações como Servidor.
Por ser marginal da Administração do Dr. Athos, informei ainda ao Ministério Público que - ao contrário do que pensam muitos, receber sem trabalhar pode ser muito confortável, saudável, mas não é legal - é crime contra a Administração Pública, crime de improbidade administrativa um governante de um município como este permitir que isso flua normalmente, sem constrangimentos.
Este fato é írrito, incompreensível no tempo, ultrapassado sob todos os aspectos, e isto tudo porque não orei na cartilha política do atual administrador e do seu subordinado Procurador Municipal.
Com certeza pelo que agora escrevo o meu látego será ainda maior; a dura e mesquinha perseguição certamente continuará, talvez com a abertura de novos processos administrativos; novas censuras ao meu proceder.
Como o julgamento à revelia descrito na obra de Franz Kafka, em que o prisioneiro desconhece as razões profundas que o incriminam, do mesmo modo imagino que a minha penúria continuará, bem ao estilo comunista, nazista, fascista, bem ao caráter totalitário e dissimulado. Outros fatos além dessa descrição particular estão ocorrendo no dia-a-dia do Servidor, e acho que é preciso dizer, sob pena de outras injustiças continuarem a acontecer.
De forma jamais claramente explicada ao Servidor, a atual Administração sem consulta-los, ao seu bel-prazer, resolveu substituir a Caixa Econômica Federal pelo Banco Itaú – S. A.
Não encontramos hoje – exceto os comissionados bem remunerados da atual administração, creio – um só Servidor que esteja satisfeito com o tratamento que lhe é dispensado pelo atual Banco Itaú – S.A.
Tenho sido visitado em meu escritório por diversos servidores, que descontes com os descontos inexplicáveis em suas contas, desolados e sem chão, não sabem a quem recorrer, pois desde os tais descontos sem explicação até a inserção de programas ou coisas futuristas a título de ganho-capital não solicitado, tem sido aplicado contra os Servidores.
E vejam bem! Isso ocorre, infelizmente, na maioria das vezes com aquele Servidor mais simples, humilde, incapaz de compreender as táticas e elucubrações fantasmagóricas postas em prática, que apenas adiam o esclarecimento, enquanto o desfalque nas contas dos pobres Servidores, continua.... sem explicação plausível!
Portanto, por falta de representação, de apoio e, consubstanciado no medo natural que todo Servidor tem de ser perseguido, punido e até demitido, a farra do boi continua.
Aliás, maior presente de grego o Servidor não poderia ter recebido da Administração ao perder os serviços bancários que lhe prestava a Caixa Econômica Federal.
É lamentável!