Dário Teixeira Cotrim *
Brasília – Distrito Federal – Julho/2007
Tenho levado aos meus leitores a minha indignação, às vezes um tanto anarquista até onde me for possível. Acho fundamental estarmos atento às tramóias do governo federal e dos poderes do legislativo e do judiciário e denunciá-las, sempre quando houver oportunidade, para que não teçam nas nossas costas os seus imundos conluios, todos elaborados com o objetivo único de enganar o povo para satisfazer os interesses dos grandes lobistas e dos políticos corruptos. O Brasil de hoje é um país miserável que vive no imenso Mar de Lama da podre corrupção. E corrupção gera corrupção e combatê-la ainda é o melhor remédio.
Normalmente aqueles que encrespam comigo é porque, de alguma forma ou de outra, tem o rabo preso. Em algum momento cometeram atos ilícitos ou atitudes nada recomendáveis para a sociedade em que vivem. Entretanto, os que me aplaudem são exatamente aqueles que dizem o que gostariam de falar da mesma língua que eu falo, pois são pessoas que possuem as mesmas indignações e as revoltas que as minhas.
Outra vez os políticos comandam o espetáculo da podridão no Congresso Nacional. O envolvimento deles no mundo da corrupção dá-lhes status de poder e por isso nunca são punidos pela justiça brasileira. No momento há investigações por o uso indevido do dinheiro público contra os senadores Renan Calheiros (ainda sem solução) e Joaquim Roriz que já renunciou em favor de outro corrupto: Gim Argello.
Roriz foi flagrado em escutas telefônicas com o meliante Tarcisio Franklin de Moura, que foi preso por comandar um esquema de malfeitores por desviar o dinheiro público com cartões de crédito. Por sua vez, o presidente do Senado, o senador Renan Calheiros é investigado por ter as suas contas pessoais pagas pelo seu amigo lobista Cláudio Gontijo. A verdade é que o senador Calheiros, com o salário que ganha, jamais teria condições de pagar a pensão milionária exigida pela sua ex-amante Mônica Veloso, com quem tem uma filha.
Pasmem! O caso contra Renan Calheiros está agora sem relator devido ao afastamento do senador Epitácio Cafeteira por motivos médicos e logo em seguida a renúncia do também senador Wellington Salgado, que despreparado para o caso deu vexame e escapuliu pelo ralo em menos de 48 horas. Agora o líder da oposição Artur Virgílio não quer no Conselho de Ética da Casa nenhum senador do partido de Renan.
O líder do governo, Romero Jucá nega que PMDB esteja atropelando o processo contra Renan. Ele nega por vontade explícita de Luis Inácio Lula da Silva. Mas, ele está atropelando, sim, senhor! Aliás, o passado de Romero Jucá não é um dos melhores e seria bom que ele se aquietasse para não se queimar na própria fogueira. O passado de Romero Jucá é mais sujo que pau de galinheiro, uma vez que ele passou para os parentes a maior parte de seus bens para enganar a Receita Federal. Os piores exemplos de honestidade são oferecidos pelos políticos: ladrões e corruptos.
Nem bem terminou o processo no Conselho de Ética do Senado Federal contra o senador Renan Calheiros, um outro escândalo já movimenta os políticos mais exaltados do Congresso Nacional. Desta vez é a figura do senador, também corrupto, Joaquim Roriz, político de passado sujo flagrado na Operação Aquarela. Será outra maratona aparentemente sem resultado algum. É sempre assim, ficam os políticos armando o circo no Congresso Nacional para transmitir espetáculos que enojam a todos nós. Na verdade a gente não consegue esquecer o rebolado cínico de Ângela Guadagnin, sem o bambolê (criado por Hugo Maia, em 1927) e sem o som musical.
Com esse desengonçado rebolado, também indecente e nojento, tirei a minha conclusão: *Se gritar pega o ladrão, não fica um meu irmão, não fica um.
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"Reunião de Bacana" (autores: Ary do Cavaco e Bebeto de São João) foi lançada em 1980 pelo conjunto Exporta Samba, no festival MPB-80. O disco do Exporta Samba foi produzido pelo guitarrista e produtor Gabriel O’Meara, ex-integrante da banda de rock setentista O Peso.
* Articulista