Wilson Silveira Lopes
Advogado e servidor municipal
Bem mais jovem e por ser a minha família de tradição católica, aliás como a maioria do povo brasileiro, participei aqui em nossa cidade de vários movimentos cristãos e de pastorais da Igreja Católica. Entusiamado e envolto pelo entusiasmo e carisma de tantos outros amigos que desses movimentos também participavam, não podia eu perceber de imediato e de forma bem clara, já naquele tempo, a presença viva, incisiva e envolvente naquelas atividades pastorais da desconhecida e hoje tão bem conhecida Teologia da Libertação.
Os movimentos católicos que conheci tomaram novos rumos, principalmente traçando e doutrinando de forma inovadora a necessária presença dos leigos nos denominados movimentos católicos, inclusive aqui em nossa cidade.
Diversas pastorais foram criadas, instruídas e estruturado o seu direcionamento no país, tudo de acordo e sobre a batuta da Teologia da Libertação, que já naquele momento estabelecia a sua prioridade mor: envolver e destacar o pobre e demais excluídos; fixar uma espécie de “cabeça de ponte” em que de outro lado, estabelecia-se a necessidade da igualdade social, da moradia, da comida farta, da terra e de tantas outras benesses e iguarias que as esquerdas continuam fomentando desde sempre e com a mesma pregação, na qual os pobres e demais exclusos passariam e vão passar a uma condição inigualável de vida, que poderíamos chamar também, quem sabe, de um novo paraíso para nele se viver.
O estímulo foi tanto e continua sendo tanto, que hoje na Igreja Católica do nosso país o apelo da Teologia da Libertação, - de cunho altamente esquerdista- conseguiu de certa forma acabar com a autoridade de padres e bispos, estabelecendo a prioridade dos leigos como grupo elevado a condição de primeira classe dentro da Igreja Católica, o que sem dúvida é possível dizer e sentir hoje, os enormes prejuízos que isto causou à Igreja em nosso país.
Poderia ter sido pior essa “revolução dos pobres” que se identifica muito bem com outro tipo de revolução: a do proletariado. Mas, felizmente, Deus não permitiu que as denominadas CEB´S (Comunidades Eclesiais de Base), edificadoras desta nefasta teologia, com apoio irrestrito da CNBB, pudessem lograr êxito, daí a TL usar a única porta encontrada na Igreja Católica que é a ação estimulante de participação constante dos leigos nos seus movimentos, sendo desnecessário dizer que essa contribuição e participação muitas vezes inocente dos leigos, permitiu uma estruturação esquerdista da referida Teologia da Libertação, que tem no Brasil como um dos seus próceres o Frei Beto, que para muitos não tem nada de Frei, sendo apenas um convicto esquerdista nas estudadas lições de Karl Mark e outros ideólogos comunistas..
Não é sem razão que no final do ano passado o Papa Bento XVI, mais uma vez, execrou a Teologia da Libertação. O Pontífice condenou a interpretação que a TL faz da Bíblia Sagrada, negando-se a pregar o evangelho, revertendo a estrutura da Igreja Católica para atividades que são incompatíveis com o cristianismo, considerando ainda que a sua atuação é mais grave quando elimina a fé que existe nos fiéis, principalmente nós povo católico brasileiro, digo por acréscimo.
É possível perceber que a Teologia da Libertação firma toda a sua vanguarda de salvação no pobre, isto é; a Salvação da humanidade passa pelo pobre. Não entendo de teologia mas posso dizer que o bom senso, os ensinamentos bíblicos e a doutrina da Igreja negam esse tipo de ensinamento salvífico, ensinando, contrariamente, que a Salvação não é apenas do pobre, mas de toda a humanidade com todos os seus segmentos sociais.
Está na Biblia que Cristo veio para toda a humanidade e não somente para salvar o pobre, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3,23). Jesus Cristo é o Salvador de todos os homens indistintamente em sua totalidade, desde a vida econômica, emocional, espiritual e demais atributos do ser humano.
Por outro lado a sua pregação “tudo pelo pobre” é um contra-senso, diante do seu apoio aberto a regimes tirânicos como Cuba, Irã, Coreia do Norte e até o Brasil de regime tirânico light, porque não?
Na verdade o pobre e outros ditos excluídos são apenas massa de manobra a permitir fincar na América Latina um regime fechado no modelito cubano.
A Teologia da Libertação na forma nua e crua, é apenas um palanque político das esquerdas aqui na América. Facção religiosa ideologicamente política não é crime, assim como não é crime defender o pobre em suas penúrias, fato que nem o Papa Bento XVI condena.
Crime na acepção da palavra é “usar o pobre” para objetivos ilícitos, quais sejam, angariar a sua simpatia, se possível levá-lo de mala e cuia para as esquerdas, de preferência com o voto.
A teologia da Libertação não leva em conta que foi a esquerda quem perseguiu e matou milhões de cristãos em todo o mundo, e bem ao contrário insiste nos modelos de países, citados aqui alguns, e homens como Marx, Che Guevara, Fidel Castro que só trouxeram miséria, morte e destruição aos seus respectivos povos.
A Igreja no seu papel tem que estar preocupada e atenta em combater a pobreza por sua doutrina social, e não pela ideologia marxista totalitária defendida por esse apêndice ruim da Igreja Católica conhecido por Teologia da Libertação.