*Laura Conrado
Quando um novo ano chega, é inevitável refletir no rumo que demos à vida. Numa dessas reflexões, recordei uma frase de Carl Jung, discípulo de Freud por um bom tempo que se tornou um importante estudioso sobre o comportamento humano. “Todos nós nascemos originais e morremos cópias”.
A vida parece mesmo uma sucessão de imitações. Temos uma personalidade, mas o meio reforça outra; a lei da selva nos impele a reagir sempre; as convenções sociais nos ensinam a não reagir. Mudamos o cabelo, o corpo e, com maquiagem escondemos as imperfeições do rosto para estar no padrão. Quase sempre queremos aparentar o que não somos.
Desejo aos amigos um 2014 pra lá de original. Que possamos dizer “ai” quando a dor incomodar ou que queremos ir embora antes da festa acabar. Que haja mais liberdade interior para dizer em voz alta que queremos mudar de profissão – o mesmo depois de uma pós-graduação e de ter completado 30 anos. E um pouco mais de coragem para dizer que nos importamos com alguém ou para dizer que acabou.
Que venham ações com mais veracidade, fibra e entusiasmo. Um ano realmente novo; em sintonia com nosso estado original.
