Trabalho

Por Eduardo Costa

Jornal O Norte
Publicado em 01/05/2014 às 04:42.Atualizado em 15/11/2021 às 16:49.

*Eduardo Costa

Desde o final do século XIX que o mundo do trabalho reserva o dia 1º de Maio para homenagear os que produzem a riqueza mundial. Claro que dependendo da região do planeta e da época vivida por aquela gente ali instalada a data é mais festiva ou eivada de indignação, mas, no Brasil, não é de hoje que a gente vê certa hipocrisia no ar. Com dinheiro público, as centrais organizam grandes shows, distribuem prêmios e – disfarçadamente ou não – oferecem palanque aos políticos com os quais se afinam. Tudo com fartos sorrisos, abraços e tapinhas nas costas, como se estivessem nos mandando o recado de que as reformas sindicais, trabalhistas, tributárias, políticas, que podem mudar o quadro, virar as regras do jogo, não estão entre as prioridades. No mundo do sindicato, a situação é muito parecida com o sistema de governança – quem entra, encontra tantas facilidades para gerir a sobrevivência no cargo que só mesmo por muita incompetência abre espaço para novidades.

Assim, enquanto não acordamos para a importância da união – no sindicato, no condomínio, no trabalho, na hora de votar – vale lembrar aqui a ligação direta entre trabalho, educação financeira e sucesso. Gosto muito da análise do economista Carlos Eduardo Costa ao lembrar que é no trabalho que ganhamos a maior parte do dinheiro que gastamos. Sem o labor, ficamos sem recursos... Muitos, mesmo empregados, não dão conta. Estes estão esquecendo a lei mais importante das finanças pessoais: não se pode gastar mais do que se ganha. Quando isto acontece, entra-se em uma situação de desequilíbrio financeiro que acaba afetando as pessoas em diversas dimensões. Afeta o bolso, a saúde, pode abalar os relacionamentos e até mesmo a própria vida profissional... Afinal, não é fácil isolar os fatos, de forma a não levar para casa as dores do trabalho e vice-versa.

Se não temos o salário que sonhamos, o jeito é buscar progredir na carreira profissional. Neste caso, a palavra chave é qualificação, que pode ser um curso técnico, a graduação na universidade, que nunca esteve tão possível, tanto com a proliferação das particulares – que torna os preços mais em conta – quanto na ampliação das vagas públicas, mais programas de governo como o PROUNI, que garante bolsas e o FIES, que financia o ensino para posterior pagamento. Ainda podemos incluir diversas ações de iniciativa pessoal, algumas singelas como estudar uma língua estrangeira... Ou alguém acredita que terá futuro quem só arranhar o português? O mundo mudou, muda a cada segundo, velozmente. Então, é ganhar o máximo possível, gastar o mínimo necessário e estudar. Sempre. Ah, não fazer dívidas. Agora, por exemplo, os empresários estão cautelosos, os entendidos em economia preocupados e os sinais indicando luz amarela depois de outubro, quando já teremos realizado a Copa do Mundo e as eleições. Então, no Dia do Trabalho, frango com quiabo, beijo nas crianças e muita reflexão!

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