Geraldo Eustáquio Andrade Drumond *
Há tempo para tudo. Acredito que o tempo aqui e agora em Montes Claros é o tempo de convergência. Vivemos muito tempo sem a consciência de “que somos anjos de uma asa só e só podemos voar quando abraçados uns aos outros”.
Observando os discursos nos eventos constato um desejo latente em todos de unir e compartilhar. Também, pudera, nossa região tem pouco dinamismo econômico. Daí, precisarmos acertar o “atraso histórico” que nos separa das regiões mais desenvolvidas do estado de Minas.
Entendo que o Movimento Catrumano tem pregado o alinhamento dos Gerais às Minas, com toda a beleza e resgate de cidadania que este desejo traz. É o que tem afirmado também nosso governador Aécio Neves em seu manifesto propósito de diminuir as desigualdades regionais no estado, que de uma maneira tão integrativa governa.
O presidente Lula também afirma sobre a importância da distribuição de renda, de novos investimentos, quando implementa programas sociais em regiões menos favorecidas. Vivemos em uma dessas regiões com menor dinamismo econômico.
O que podemos efetivamente esperar para promover nossa inserção à situação de região de maior potencial econômico? E a pergunta mais importante: o que podemos fazer para sermos senhores e autores de nossa história, de nossas vidas? Como fazer isto, senão com muita cooperação, com objetivos comuns, com metas bem estabelecidas, como o de aumentar o IDH - Índice de desenvolvimento humano de nossa região?
Como fazer isto se não houver estudos que configurem e apresentem perfeitamente as cadeias produtivas com as quais devemos trabalhar e estimular? Se não houver políticas e práticas consistentes de atração de novos investimentos? Se não disponibilizarmos e desenvolvermos os recursos humanos, financeiros e materiais necessários a esses novos empreendimentos? Se não trabalharmos a atitude, a boa vontade de todos que lideram e exercem funções estratégicas em nossa comunidade? Se não somarmos nossas forças, nossas informações, nossas estatísticas a favor de nós mesmos?
A cada gesto de desunião, de egoísmo, de personalismo exacerbado, devemos pensar:
• Quantas pessoas eu poderia ter ajudado se tivesse sido mais cooperativo;
• Quantas pessoas eu poderia ter beneficiado se não ficasse defendendo posições radicais, ao invés de discutir as idéias;
• Quantos atalhos eu poderia ter seguido para obter este ou aquele recurso, se me despojasse de minhas vaidades e trabalhasse efetivamente em prol de objetivos comuns?
O tempo é de servir, de convergir, de confluir, de aproximar, de acolher, de cuidar. Podemos ser seres humanos melhores, maiores, viver em comunidades menos violentas, de mais amizade, de mais trabalho, de mais dignidade, se dirigirmos o nosso livre arbítrio na direção da comunhão, do interesse comum, do pensamento de que todos podemos ganhar, numa relação ganha-ganha e não na tradicional perde-ganha.
Tenho observado ações concretas nos indicando que alguns poucos já rezam nesta cartilha e têm a compreensão, a certeza e já praticam a crença de que somente unidos poderemos realmente sobreviver e crescer, dando a resposta que todos que desejam mais respeito humano, valorização e qualidade de vida esperam.
Vamos parar um pouco e pensar nisto. Vamos usar nosso tempo disponível para dialogar, para aproximar, para enxergar as qualidades dos outros, para elogiar, para crescer na direção da liberdade.
Vamos deixar de lado o jugo da desunião, da maledicência, da torcida contra. Isto não ajuda nada, só desagrega, só divide, só separa, só diverge, só subtrai. Se realmente quisermos ser uma região de maior dinamismo econômico, temos que mudar nossa atitude aqui e agora.
Faça você. Faça por você. Faça por mim. Faça por quem precisa e não tem alcance para fazer. Um dia ele acorda e também fará. Eu só posso pedir que você faça. A decisão é sua, a favor de nós.
* Presidente da ACI – Associação comercial, industrial e de serviços de Montes Claros