Síntese da maldade

Jornal O Norte
Publicado em 21/02/2013 às 09:27.Atualizado em 15/11/2021 às 16:59.

Estudiosos afirmam que nós, humanos, nascemos tendendo para o mal. É a educação, desde o berço, a sociabilidade e o aprendizado de toda a vida, mas, especialmente, na infância, que nos torna capazes de conviver. Nós outros, apenas palpiteiros, temos que concordar. Ou há outra explicação para algumas ocorrências registradas pela polícia nos últimos tempos?



Não é preciso mais que um exemplo. E ele vem da cidade de Caeté. Um menino de 7 anos luta para sobreviver depois de ser espancado por gêmeos de 12. Briga entre crianças sempre foram absolutamente comuns... Qualquer um de nós, homens, com mais de 40 anos, principalmente os criados nas periferias, teve um sem-número de entreveros, alguns mais simples, outros nem tanto. As brincadeiras às vezes eram fortes, como o garrafão e o paredão.



A diferença está na elaboração da surra, que a transforma de briga em covardia. Quando dois irmãos, de 12 anos, se juntam para bater num vizinho de 7, sabem que vão machucá-lo muito. Antigamente, a gente – quando em turma – dava algumas pancadas, levava o outro ao chão e encerrava a pendenga indo para casa com dois sentimentos: de que havia botado o atrevido no lugar dele e o de que era preciso cuidado, pois poderia haver o troco.



Hoje, não. Assim como nos casos de assassinato e outras formas de agressão há uma necessidade de superdose. A melhor (ou seria pior) imagem para nos dar uma ideia do que aconteceu entre os garotos é aquela filmagem exaustivamente repetida (e doída) dos ditos atleticanos chutando um cruzeirense já morto na Avenida Nossa Senhora do Carmo.



Os irmãos espancaram o menino de forma tão avassaladora que a mãe deles levou a vítima para a própria casa, a fim de “tomar uma providência”. E qual não é o nosso espanto, a julgar pelo testemunho de familiares da pequena vítima, ao saber que a mãe dos agressores – no lugar de tomar atitude de genitora, socorrer o menino, buscar auxílio médico, avisar à mãe – teria colocado gelo na testa dele e o orientado a mentir em casa.



Acuado, o pequeno escondeu a verdadeira causa das escoriações e só dias depois, já não suportando a dor, pediu socorro. Foi quando os médicos descobriram a gravidade dos ferimentos, incluindo um coágulo no cérebro. O que mais horroriza é pensar no futuro dos agressores, com o exemplo que têm em casa. Pare esse mundo que eu quero descer...



Eduardo Costa - escreve no jornal Hoje em Dia

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