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Domingo,21 de Dezembro

Seguindo um buquê de rosas vermelhas

Por Cláudia Gabriel

Jornal O Norte
Publicado em 22/08/2013 às 09:32.Atualizado em 15/11/2021 às 17:09.

Por Cláudia Gabriel


Seria mais uma caminhada pela rua, olhando vitrines e pessoas, até que minha atenção foi completamente absorvida por um buquê de rosas vermelhas. Um encontro rápido, no curto espaço de tempo em que passei ao lado do mensageiro. Mal consegui contar quantas flores eram, mas me veio um desejo curioso. Vontade de seguir as rosas, de saber quem mandou, pra quem e por quê.  

Afinal, num mundo em que o romantismo já é visto por tanta gente como piegas, não é comum dar de cara com uma declaração dessas em plena terça-feira. Um buquê carregado com delicadeza, colorindo a cidade em preto-e-branco. Flores vermelhas geralmente denunciam paixão. Será uma jura secreta com um bilhete anônimo? O homem encarregado da entrega, que parece cumprir uma missão tão simples, não sabe que essas rosas podem até mudar uma vida. Um pedido de casamento ou de desculpas por uma traição, uma proposta de retorno.

Fico imaginando a expressão de quem vai ser surpreendido ao abrir a porta. Uma vez, estava pronta pra entrar no ar num jornal, às 6h30 da manhã, e aconteceu comigo. Recebi flores do meu ex-namorado em pleno ambiente de trabalho. É quase como ganhar um longo beijo de repente em público ou como ouvir alguém gritar uma declaração debaixo da sua janela. Senti-me exposta e feliz. Inesquecível!   

Sim, a natureza também manda mensagens. Entre numa floricultura e experimente: veja as cores, sinta os cheiros... A leveza e a simplicidade das flores do campo, o mistério escondido nas mais exóticas, a beleza clássica e discreta de uma rosa chá. Pode ser só uma flor, única como quem recebe, ou podem ser muitas pra encher um quarto e provar que a quantidade, às vezes, significa a qualidade de um amor. Elas podem frágeis e aí logo se acabam. Ou sugerem uma resistência quando quem mandou quer se fazer presente por mais tempo. Podem ter tons neutros pra acalmar emoções e calar paixões.  

As flores são assim. Existem aquelas para momentos felizes – como o nascimento, o aniversário, a comemoração de uma conquista – e outras para as situações tristes. Nessas horas em que não há nada a se dizer, elas, mais uma vez, substituem as palavras. As plantas também servem pra nos lembrar que a vida tem ciclos e desabrocha quando menos se espera. Até que um dia vai murchar.  

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