*Artur Leite

Matéria assinada pelo premiado jornalista Luiz Ribeiro no jornal Estado de Minas denuncia a burocracia existente nos órgãos públicos, o que acaba prejudicando em demasia o Norte de Minas, onde a seca vem dizimando rebanhos e fazendo sofrer a população. Segundo ele  “ cerca de 600 mil metros de canos, 200 caixas dágua, bombas e outros materiais tubulares que poderiam minimizar o drama da falta de água em comunidades rurais estão estocados no pátio do Departamento Nacional de Obras contra Secas, DNOCS, em Montes Claros.O pior de tudo é que nada poderá ser usado para socorrer os flagelados da seca por causa da legislação eleitoral. Para liberar os equipamentos, os municípios teriam que decretar estado de emergência, exigência prevista em lei para a distribuição de bens públicos em  anos eleitorais. Aqui em Montes Claros o problema também acontece e muitas comunidades rurais estão com projetos aprovados para receber os canos , mas também não podem ter acesso ao material.

O prefeito Ruy Muniz esclarece a situação quando afirma ter assinado um decreto, mas que não teria sido homologados pelo Ministério da Integração Nacional porque a produção agrícola do município foi superior às perdas provocadas pela seca. Muniz denuncia que o Dnocs perpetua a chamada “ industria da seca” e que foi “aparelhado” pelo PT e transformado em instrumento de captação de votos no período eleitoral, com distribuição de canos, bobas e caixas, comprados a partir de recursos de emendas de deputados federais e estaduais do PT.

Ora, um órgão da tradição do DNOCS que convive há décadas com este problema poderia estar preparado para intensificar campanha junto aos municípios orientando-os para que se documentassem e não passarem mais uma vez por este constrangimento geral que é não poder ter acesso aos equipamentos necessários para conviver com a  seca que não acaba nunca. É a tal sensibilidade que se anestesia para alguns e é latente para os que rezam na cartilha do partido da estrela. Uma coisa.