Sarcedote

Jornal O Norte
27/10/2009 às 10:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:15

Dom José Alberto Moura, CSS

Hoje se torna muito comum não se aceitar muito as mediações, apesar do ser humano buscar o divino através das religiões. Mas estas são procuradas, não raro, com seus sinais e mistérios, para apenas suprir as deficiências humanas. A mistificação ou a colocação do poder no não poder com força meramente ilusória tem apresentado muito charlatanismo e aproveitamento da fé popular para se tirarem vantagens da credulidade popular sem muita consistência.

Os sacerdotes de inúmeras religiões têm feito, não raro, a mediação do humano com o divino de modo estereotipado e sem um resultado objetivo, que realmente solucione os problemas humanos. Dentro da subjetividade da cultura hodierna se relativiza muito sua figura. Muitos não querem ritos com a apresentação de exigências ou posturas éticas de acordo com verdades objetivas. Estas apresentam obrigações vinculantes com responsabilidades em relação ao serviço ao outro, às organizações e ao bem comum. Busca-se na religião o que interessa ao conforto individual, sem maior comprometimento com ideais buscados com renúncias e esforços pessoais e coletivos.

Com Jesus Cristo, o sacerdócio não deixa de ser um serviço ao humano e a cura dos limites pessoais. No entanto, sua procedência não é a origem simplesmente humana. É divina. Para seus coetâneos e muitos de hoje tem sido difícil a aceitação de sua natureza de Deus. Seu sacerdócio não é apenas mediação de súplica ao Criador. É efetivação da ação divina no humano. Ele dá consistência a essa verdade com o poder de superar a morte. Não é um sacerdote a mais com a tentativa de unir o povo com o Ser Superior. É o verdadeiro mediador, capaz de pontificar a ligação da criatura com o Criador. Por isso, seu sacerdócio faz a salvação do humano. Não é somente tentativa.

Não fosse Deus, Jesus não teria poder de estabelecer sacerdotes humanos com o poder dele próprio. No entanto, demonstrou sua verdade, capaz de dar-se como Salvador e instituir quem sempre fizesse ações capazes de outorgar os meios de salvação deixados por Ele. Tais meios são usados pelos sacerdotes marcados com a unção provinda com a interveniência dos poderes constituídos por Ele mesmo. Como é importante o ser e a ação sacerdotal dos ungidos para esse serviço ou ministério dentro da sua Igreja.

Os sacerdotes ungidos para o cargo não deixam de ter vocação sublime, apesar de toda a sua fragilidade humana. Eles devem “oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo quanto pelos seus próprios” (Hebreus 5, 3). Sua formação deve prepará-los para o melhor exercício possível de sua santa missão. No entanto, sofrem o influxo da sociedade ou do meio em que se situam. Por isso, quem os trata, em vista da fé, devem protegê-los contra o mal e subsidiá-los para que sirvam, da melhor maneira, o povo de Deus. Jesus não chamou somente pessoas perfeitas e santas para o ministério sacerdotal. Basta conhecermos a história dos Apóstolos.

Na comunidade e no coração de todos deve haver lugar especial para nossos sacerdotes. Nossa prece vai também intensamente para que Deus os livre do mal. Não seguimos os sacerdotes como finalidade e sim como servidores. Mesmo percebendo seus limites, seguimos a Cristo e os ajudamos, dentro do possível, a exercer bem seu ministério.

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