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Domingo,9 de Novembro

Sapatada na rechonchuda: Os analistas de plantão - por Nairlan Clayton Barbosa

Jornal O Norte
Publicado em 25/08/2008 às 18:21.Atualizado em 15/11/2021 às 07:42.

Nairlan Clayton Barbosa


www.sapatada.blogspot.com



Joãomar Galdino, pai dos 3 mosqueteiros e do Dartagnan ( que não é o traidor mas simplesmente seu filho mais novo) é o consultor-mor. Aliás, todos os dias são de debate e mesa redonda no ponto de encontro dos Analistas, local mais bem freqüentado e badalado da Melo Viana. Sobretudo, esta é uma via histórica da nossa querida "Montes Claros das Formigas". E, pelo seu passado, não poderia deixar de presentear-nos com um legado tão forte e pulsante, o bom e velho futebol. Assunto que sobrevive desde as fotos amareladas das prateleiras até o mais novo recorte jornalístico que andarilha pelo meio, ou que é sugerido por um dos militantes. Ou visitantes. Não importa! O que não pode é deixar de ser citado ou de ser analisado.



E os analistas de plantão lá estão diariamente na hora do crepúsculo para, com suas dissertações, viajar pelos preâmbulos futebolísticos da terra de Figueira ou dos gramados desses diversos "Brasis" com seus imensos times e suas variadas cores defendidas.



Mas quero aqui me ater a cada um dos "doutores" da bola que ali estão ou pelo menos dão o ar da graça de vez em quando. Sim, por que para pertencer ao "Hall" dos adeptos não precisa bater ponto diariamente. Só não é bom sumir de vez por que se não sai do clube. Aí pra voltar é um trabalho danado daqueles.



Ali, postado como um verdadeiro mestre de cerimônias, encontra-se o grandioso Jorge "Bodeira". Aliás, esqueci-me de porfiar em minha pesquisa histórica o por que da alcunha para o ilustre cidadão botafoguense, que, nuns dias do lado de dentro, noutros do lado de fora do balcão, anota piamente num pedaço de papel as rusgas, os impropérios, ou, debalde, simplesmente as afirmações de cada um dos analistas. É culto o moço, e, sobretudo, observador. Está no local certo.



Na seqüência ( não hierárquica ) vem Bibi, que, entre uma respirada e outra, defende com unhas e dentes o Funorte Esporte Clube. Sabe-se lá o porque. A gente até sabe, mas prefere não comentar, ou simplesmente fazer vistas grossas ao fato de que o filho do "Seu" Ray tem como herdeiro um dos craques do time. Aí não tem jeito né? É proteger a prole do veneno dos escorpiões. E nesse caso a gente respeita e perdoa.



Mais adiante fica Maza. Entre a divisória da ala B e ala C do consultório. Aliás, Maza é a própria divisória. Ninguém se aventura a falar nada contra seu time, e nem a favor dele. Constam nos autos que Maza quebrou uma parede em sua oficina só de raiva do Cruzeiro Ter perdido uma partida. A análise dele é na verdade um bater de martelo. Ninguém ousa contrapor-se. Muito menos eu com apenas pouco mais de 1,64 m de altura.



Em direção ao rumo da porta que dá pra Rua Professor Álvaro Prates está parado o Pintado e o Zé Carlos. Zé Carlos me disse que descia todo fim de semana pra ver meu pai jogar. E que meu pai era elegante no trato com a pelota. Que meio de campo como ele não existia. Nesse raríssimo caso de massa cinzenta em excesso, eu sou obrigado a escrever que Zé Carlos é um bom analista. Entende mesmo de futebol o rapaz.



Mas o Azul e Branco não seria mesmo o Azul e Branco se um tal de Antônio que atende pela alcunha de Toni Pidoga ali não freqüentasse.



Pois é, Toni, irmão do nosso querido Miltão, sempre está ou pela porta lateral que conduz a Melo Viana, endereço seu há tantos e tantos anos, ou está pela porta da rua Professor Álvaro Prates, que conduz a residência de Dona Lia, sua cunhada. Certo é que, vindo do depósito ou do clube do Ferró, todas as noites é esperado no consultório analítico do Azul e Branco para falar sobre futebol, política, menos religião.



E no quesito futebol, temos uma incógnita em relação ao Toni. Ainda, mesmo depois de intrínsecas pesquisas, em livros de história, grandes léxicos do esporte mundial, do Guiness-book e até dos autos da CBF, ou até mesmo na internet, não conseguimos descobrir se ele é de fato cruzeirense ou flamenguista. Para os mais íntimos, ele é cruzeirense ferrenho, mas para os profundos conhecedores do futebol, o coração dele é rubro-negro, sendo o cruzeiro apenas uma saída pela tangente para não ser atleticano. Sem querer animar os desanimados ou desanimar os animados, acho que essa será mesmo uma incógnita que permanecerá em nossas mentes para sempre, ficando apenas a certeza no coração deste que é um analista nato da vida, da política e do futebol. E certamente um grandioso ouvinte futebolístico da equipe de esportes da Rádio Terra.



Certo é que, eu devo não ter citado nomes de alguns analistas, mas, não se preocupem, foi proposital, porque quero explicar em dois tempos de 45 minutos aos leitores que, certamente eles também, cada um em seu respectivo habitat, devem ter um consultório analítico, em um local específico, como eu tenho o meu no encosto do morro, já na beirada de cima da Melo Viana, deixo aqui a palavra de incentivo. É preciso Ter ou fazer o nosso consultório analítico desta que é a paixão que move o coração do brasileiro, que move o corpo, mas que, sobretudo, move a alma e faz o ser humano sofrer, sorrir, gritar e declarar amor eterno ao seu time, tudo isso em fração de segundos. Esse é o futebol, uma paixão sem limites e sem fronteiras. Essa paixão não morre jamais.



NO BLOG: Entrevista com o músico Vander Lee sobre sua paixão pelo Galo, suas revelações sobre ter sido cruzeirense um dia e ainda a inspiração da música "Galo e Cruzeiro". Também as fotos do campo do Ateneu depois da limpeza dos tratores



AQUELE ABRAÇO: Para a galera que está dando aquela força nos dias em que estou transmitindo os jogos do Galo. Em especial ao meu amigo, companheiro de trabalho Luis Alberto Caldeira. Aquele abraço também para o editor Reginauro Silva que também permitiu a oportunidade de matar um verme antigo: a paixão pela escrita.

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