Saldos negativos do exercício

Jornal O Norte
Publicado em 18/01/2013 às 19:26.Atualizado em 15/11/2021 às 16:56.

Ano novo ou apenas calendário novo? De todo modo, já o estamos vivendo, na esperança muito brasileira de que tudo será melhor, embora a benesse, geralmente só se concretize para aqueles que já dela gozem ou nela vivam. Os mais carentes e infelizes, que esperem.



Não ouvi a presidenta (ela quer assim), em sua mensagem de Natal, referir-se à saúde, pelo que, suponho, nesta área, vai tudo muito bem, obrigado. Será? Não se negam esforços para a situação se tornar menos penosa, para os que penam, e são milhões.



Os outros são os outros. Os gastos dos brasileiros no exterior devem andar pelos 21 bilhões de dólares no ano que ficou para trás. Em torno de 45 bilhões de reais, volume de dinheiro que o governo desembolsou durante o ano para tentar estimular o crescimento do PIB. O pibinho teve de usar de artifícios para não ficar pior do que foi.



Os nossos experts acertam. Inspirados no instinto consumista dos brasileiros, as agências de turismo se esbaldam. Há gente que vai à Europa e Estados Unidos até para trazer enxoval de bebê, enquanto recém-nascidos são deixados pelas mães em lugares nem sempre ermos, para se livrar da carga pesada de sua manutenção. Mas tudo faz parte, como se diz por aqui.



Que o Brasil fosse o lanterninha no crescimento da América do Sul, isso não vem ao caso. A resposta está em consumir, em ganhar mais e mais, mesmo que legalmente, se não houver outro caminho. Pior do que nós, só os hermanos paraguaios, cuja economia encolheu como se esperava.



Mas continuamos usufruindo – os que podem, evidentemente, do que a lei e a situação nos permite. Na Alemanha, são 30 dias as férias, mas os trabalhadores só tiram cerca de 28. No Reino Unido, Noruega e Suécia, só aproveitam 25 dias. Na Itália, apenas 20. No Brasil e na Espanha, são usufruídos os 30 dias, e até mais, porque artifícios não faltam.



No ano finado, o Brasil devolveu ao Reino Unido – Inglaterra e seus associados – o sexto maior posto da economia do mundo. Reassume gloriosamente a sétima posição, com o “graças a Deus” das autoridades de cá: Voltar ao sexto, só em 2015, projeta um economista.



Entre 14 emergentes, o Brasil fica à frente apenas da Argentina, em termos de potencial competitivo. À frente, aparecem África do Sul, Austrália, Canadá, Colômbia, Índia e México. Não é, pois, boa a herança do ano que já se foi. Há numerosos acertos para novo exercício. Oxalá consigamos êxito em alguns deles.



Manoel Hygino - escreve no jornal Hoje em Dia

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